Álcool, drogas e sexo. Tudo isso aos 11 anos

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Aviso: você vai levar alguns choques ao ler esta matéria.

Um convite para um chá de bebê, achado na bolsa onde estava uma criança abandonada ainda com o cordão umbilical, foi a pista que levou a polícia civil à mãe do recém-nascido no distrito de Ártemis, área rural de Piracicaba, interior de São Paulo.

Primeiro choque: a mãe da criança tem apenas 11 anos.

Segundo choque: a menina disse que era abusada sexualmente pelo próprio pai, que pode ter engravidado a menor. Ele nega, mas está detido na delegacia. Já a mãe da menina afirmou aos policiais civis que não sabia que o marido abusava da filha e que que, por diversas vezes, perguntou quem era o pai da criança, mas a menina apenas citava a Virgem Maria para justificar gravidez.

O parto foi realizado dentro de casa pela própria mãe que, depois, avisou o marido. Foi ele quem descartou o bebê em frente a uma chácara do bairro Itaperu por volta das 20h do dia 4 de janeiro deste ano.

Terceiro choque: apesar da suspeita deste ser um caso de abuso, infelizmente o fato é que, atualmente, é cada vez mais comum meninas de 11 anos já terem relação sexual.

Quarto choque: estas crianças, que deveriam estar brincando, já são mães por causa da bebida alcoólica e da maconha em festas. Em festas de crianças.

O alerta é do pediatra João Paulo Becker Lotufo do Hospital Universitário da USP, divulgado pela jornalista Izilda Alves, coordenadora da Campanha Jovem Pan Pela vida contra as drogas.

Doutor em Pediatria pela USP e Responsável pelo programa antidrogas da Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade de Pediatria de São Paulo, João Paulo Lotufo  diz que é frequente o parto em meninas de 12 anos, em que maioria engravidou após participar de  festa regada a álcool e também após o uso de maconha.

Para levantar recursos a serem utilizados em projetos de prevenção de drogas no ensino fundamental e médio, o pediatra está vendendo o livro de sua autoria Álcool, tabaco e maconha: drogas pediátricas (dir). Para comprar um exemplar e colaborar com esta ação, basta escrever para o e-mail consultorio@jplotufo.com.br.

Quem sabe tal iniciativa ajude a diminuir tantos choques.

 

Fonte: Pela vida contra as drogas