420

Tempo de leitura: 3 minutos

Nos últimos 30 anos, o dia 20 de abril se consagrou na consciência pública como o Dia Nacional (extra-oficial) da Maconha nos EUA e no Canadá. Embora as origens e a importância da data enquanto feriado da maconha sejam um assunto polêmico, a versão mais aceita é a relatada por Steve Hager, editor da revista High Times.

Em inglês a data é escrita na forma 4/20 (mês 4, dia 20), mas a origem 420 remete, na verdade, a um horário. Explica-se: no outono de 1971, cinco adolescentes encontraram um mapa desenhado a mão que supostamente mostrava a localização de uma plantação de maconha em Point Reyes, próximo a San Francisco. Eles resolveram encontrar o “tesouro” e marcaram de se reunir para a expedição as 4h20 da tarde. Nunca encontraram a plantação, mas a hora do encontro não seria mais esquecida, pois a ser usada como uma senha por estudantes de ensino médio de San Rafael, no estado americano da Califórnia.

A confraria que tinha até nome, os Waldo, passou a usar o número 420 para seus membros. Logo a senha começou a se espalhar entre os amigos, os agregados, os conhecidos, entre eles os integrantes de uma banda de rock californiana, Grateful Dead cujos fãs, os “deadheads”, adotaram o 420 como parte do vocabulário. Tanto que em 1990, o termo e a explicação foram impressos em um folheto da banda. Foi assim que o código foi descoberto por Steve, editor da High Times, uma das primeiras publicações sobre a maconha nos Estados Unidos.

A equipe da revista também entrou na onda e passou a fazer suas reuniões de pauta às 4h20 da tarde.

Segundo Steve, o termo virou uma um código semiprivado, que os usuários de maconha vão encontrar por todos os lados. O número aparece até no filme Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, no relógio de um dos personagens.

Originária da região do norte do Afeganistão, a planta Cannabis Sativa, a maconha, é utilizada há aproximadamente 6.000 anos. O primeiro escritor a mencionar o uso do cânhamo em cordas e tecidos é Heródoto, um historiador grego considerado o pai da história.

A fibra do cânhamo, presente no caule da maconha, foi muito utilizada nas cordas e velas dos navios gregos e romanos, e era usada também para fabricar tecidos, papel, palitos e óleo.

Nos anos 1980, durante o governo do presidente americano Ronald Reagan, a política da “guerra contra as drogas” ganhou força. Mas os defensores da legalização argumentam que esta “guerra” não conseguiu acabar nem diminuir o consumo da maconha, só fazendo aumentar a violência devido a ação de grupos de narcotraficantes, sobretudo na América Latina, um dos centros produtores. Os defensores também ressaltam os efeitos positivos da droga quando usada para fins medicinais. Porém, como já mostramos neste artigo, “afirmar que fumar maconha pode ser uma forma de tratamento é uma manipulação absurda”, na opinião do médico Osmar Terra.

O fato é que, a cada ano, milhares de pessoas morrem na América Latina vítimas da violência derivada do narcotráfico. Os países da região lideram a lista das nações com mais alto índice de homicídios no mundo, segundo este relatório divulgado pela ONU.

 

Fonte: BBC