Todo dia um 5×1 diferente…

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Ao ler esta matéria afirmando que a pornografia na internet e seu fácil acesso está provocando problemas sexuais em rapazes de 13 a 25 anos, um leitor quis saber se a masturbação pode ser considerada um vício.

Tudo vai depender das emoções envolvidas.

Segundo o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “o compulsivo não necessariamente sente satisfação com a masturbação. Ele repete a prática várias vezes ao dia para tentar se livrar de uma emoção negativa, como angústia ou tensão. E, depois do orgasmo, percebe que aquilo foi momentâneo e não resolveu o problema dele. Então, recorre ao ato novamente”.

Já sabemos que vício e prazer estão intimamente ligados, porque ambos nascem em uma região cerebral chamada centro de recompensa. Quando acionada, seja com sexo, masturbação, comida, álcool ou drogas, essa área libera a produção de dopamina, fazendo com que a pessoa queira sempre mais e mais.

Assim como as drogas, a constituição genética também pode levar as pessoas a se tornarem dependentes de masturbação, revelam alguns estudos. Pesquisadores acreditam que há menos receptores de dopamina no cérebro dos viciados ou que desequilíbrios químicos inibam a comunicação entre os neurônios envolvidos no processo.

Porém, dentro da normalidade, a masturbação traz benefícios extras, já que outros hormônios são produzidos. Com o estímulo, o hipotálamo mobiliza a glândula hipófise, que estimula testículos e ovários a produzirem testosterona. Ela desencadeia o desejo e estimula a produção de espermatozoides e sêmen. Na mulher, a hipófise comanda a produção de estrógeno e progesterona – moduladores da vontade de fazer sexo. A ativação das glândulas faz crescer também a presença de cortisol, que acelera o metabolismo, e a adrenalina, que turbina os batimentos cardíacos, a temperatura, a respiração, a produção de suor e a vasodilatação. No orgasmo ocorre uma descarga da tensão: as taxas dos hormônios voltam aos padrões normais, mas as endorfinas são aumentadas e geram a sensação de bem-estar.

 

Fonte: Superinteressante