Alcoolismo, uma doença que demora a aparecer

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Apresentamos neste artigo os desabafos de pessoas famosas que lutaram contra as drogas.

Por que motivo este tipo de iniciativa merece tanto destaque? Só porque são astros da música, da TV e do cinema? Sim, exatamente por isso.

Segundo especialistas, quando pessoas midiáticas assumem sofrer de dependência por álcool, como no caso do ator Ben Affleck, por exemplo, há uma quebra no estereótipo de que alcoólatra é só aquele sujeito que vive escorado em um balcão de bar. Existe um outro tipo de alcoólatra, como veremos mais adiante.

Não conseguir ficar sem beber, independentemente da quantidade, já caracteriza dependência. Como o alcoolismo é uma doença progressiva, a perda do controle sobre a relação com o álcool é o próximo passo para a instalação do problema. E o fato de a bebida ser aceita socialmente dificulta tanto para o dependente quanto para quem está ao redor dele enxergar que o consumo de álcool se tornou um problema.

Ouvida pela reportagem do UOL Notícias, a psicóloga Miriam Barros, especialista em terapia familiar, aponta outro tipo de bebedor que merece atenção: o alcoólatra de fim de semana. Segundo ela, trata-se daquela pessoa que “começa a beber na sexta-feira à noite e só volta a ficar sóbrio na segunda”. Para Miriam, “esse é o começo, mas a tendência é que não pare por aí. O alcoolismo é uma doença que demora a aparecer”.

De acordo com dados do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, uma organização da sociedade civil de interesse público), a dependência física, com suas consequências devastadoras para a saúde, aparece geralmente após a seis anos de consumo regular para o adolescente e depois de seis a oito anos para o adulto. A Cisa também alerta que o uso nocivo de álcool contribui para o desenvolvimento de mais de 200 doenças, incluindo alguns tipos de câncer.

Miriam Barros aponta que, enquanto o doente não assume que precisa tratar a dependência, um caminho é a família procurar ajuda. A psicóloga lembra que existem grupos de apoio aos familiares de alcoólatras, como o Al-Anon e o Coda [Codependentes Anônimos]. “É bom que os parentes se tratem também”, afirma Miriam, pois “muitas vezes, os familiares têm comportamento facilitador, sem se dar conta. São excessivamente tolerantes com a pessoa que bebe ou abastecem a casa com bebida, achando melhor que o indivíduo não beba na rua”.

 

Fonte: Uol Notícias via Adriana Nogueira