Meu zen, meu bem, meu mal…

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aprendemos aqui que o transtorno de personalidade dependente (TPD) é a dependência patológica do outro. Agora surge uma explicação biológica para as pessoas que sofrem muito por um amor não correspondido – ou por uma relação que chegou ao fim.

Publicada no Journal of Neurophysiology, uma nova pesquisa feita pela Rutgers University, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, sugere que a rejeição de uma amante pode ser semelhante a ter de se livrar de um vício. O estudo é um dos primeiros a examinar o cérebro de pessoas que tiveram o “coração partido” recentemente e que têm dificuldade para superar o fim do relacionamento.

Foram analisados o cérebro de 15 voluntários (10 mulheres e 5 homens) com idade universitária e que tinham terminado um relacionamento, mas que ainda amavam a pessoa que os havia rejeitado. A duração média das relações era de cerca de dois anos, sendo que dois meses haviam se passado, em média, desde o rompimento dos relacionamentos. Todos os participantes tiveram altas pontuações em um questionário que psicólogos utilizam para medir a intensidade dos sentimentos românticos. Os participantes também disseram ter gasto mais de 85% de suas horas acordados pensando em quem os rejeitou.

Depois desta análise, os cientistas descobriram que, enquanto olham para as fotografias dos antigos parceiros, homens e mulheres com o coração partido têm ativadas as regiões cerebrais associadas com recompensa, ânsia do vício, controle das emoções e sentimentos de apego, dor física e angústia.

De acordo com Helen E. Fisher, antropóloga biológica autora da pesquisa, os resultados fornecem respostas sobre os motivos pelos quais pode ser muito difícil para alguns superar uma ruptura: “O amor romântico é um vício”, diz ela. “É um vício muito poderoso e maravilhoso, quando as coisas estão indo bem e um vício horrível quando as coisas estão indo mal”, explicou ela sobre o motivo de, em alguns casos, as pessoas cometerem atos extremos – como perseguições e homicídios –, depois de perder o amor.

Para os pesquisadores a resposta do cérebro à rejeição romântica pode ter uma base evolutiva. “Provavelmente os circuitos do cérebro para o amor romântico desenvolveram-se há milhões de anos para permitir que os nossos antepassados concentrassem sua energia de acoplamento em apenas uma pessoa por um tempo e iniciar o processo de acasalamento”, acredita Helen. “E quando você é rejeitado no amor, é como se perdesse o maior prêmio da vida, ou seja, um parceiro para o acasalamento”. Segundo a dra. Fisher, este sistema do cérebro é ativado para ajudar ao rejeitado a tentar conquistar a pessoa de volta, para que se concentre nela e tente recuperá-la.

 

Fonte: Resiliência Mental