Um dia para celebrar (?)

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O Dia do Alcoólico Recuperado foi instituído em São Paulo pelo governador Reynaldo de Barros no dia 20 de novembro de 1980, através de decreto municipal, em alusão a todos os que conseguem se recuperar da dependência do álcool.

A data comemorativa acabou se tornando nacional e, mesmo, mundial já que o álcool é a droga lícita mais consumida em todo o mundo e a que mais afeta a população.

Aceito socialmente e é de fácil acesso às pessoas, a bebida alcoólica pode ser considerada a droga mais vendida no planeta, e o alcoolismo, um sério problema de saúde pública, pois se a maioria dos usuários da droga não se torna dependente, de alguma forma sofre com as consequências do uso – acidentes automobilísticos, violência, desemprego, problemas de saúde em geral.

Apesar da data se referir ao ‘alcoólico recuperado’, o fato é que o alcoolismo não tem cura. Assim como o diabetes e a hipertensão arterial, o alcoolismo é compreendido como uma doença crônica. Por se tratar de uma dependência química, necessita de tratamento multidisciplinar: médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, outros especialistas para tratar os problemas clínicos decorrentes do uso crônico do álcool (gastroenterologista, nutricionista, endocrinologista, entre outros que podem ser necessários) segundo o estado clínico de cada um.

Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), 34% dos adolescentes entre 12 e 18 anos já experimentaram pelo menos uma vez algum tipo de bebida alcoólica sendo que pelo menos 7% deles é dependente do álcool – índice que é maior nas regiões norte e nordeste do Brasil. Mais de 70% (74,6%) de toda a população brasileira já fez uso de álcool ao longo da vida e a prevalência de dependência do álcool (uso abusivo) é de 12,3% (19,5% no sexo masculino e 6,9% no sexo feminino). Estes dados mostram a alta prevalência do problema no país, o que gera um custo considerável para o SUS no que diz respeito à reabilitação.

Estamos no final do ano e, nesta época de festas, as famílias se reúnem à mesa para comemorar. Há confraternizações também no trabalho, na escola, entre os amigos. E é justamente nestes momentos especiais que está a maior incidência de início de uso de bebida alcoólica não apenas por adolescentes, mas também de crianças, em especial meninos, entre os 8 e 14 anos.

Portanto, nas “boas festas”, além de celebrar, é importante dar bons exemplos às crianças para que, no futuro, elas comemorem apenas o fim de ano, e não o dia 9 de dezembro…

 

Fonte: Help Saúde