Sexo, drogas e… alerta!

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Especialistas britânicos estão em alerta e pediram mais ação do sistema nacional de saúde contra a mistura de sexo e drogas ilícitas, popularmente chamado de “chemsex” (“sexo químico”). O comportamento tem sido cada vez mais preocupante após uma pesquisa mostra altos níveis da combinação entre pessoas HIV-positivo em Londres.

De acordo com recentes levantamentos da maior clínica de sexologia do país, a 56 Dean Street, festas onde drogas são consumidas para estimular ainda mais usuários a manterem performance e frequência sexual mais elevadas estão cada vez mais comuns.

O grupo de risco mais citado é o de homens gays, usando anfetaminas que os ajudam a ter numerosos parceiros por horas ou até dias. Os que têm HIV são ainda mais frequentes, e 12% deles já tiveram resultado positivo para hepatite C.

A frequência do “chemsex” deixa os usuários mais propensos a contraírem doenças sexualmente transmissíveis, e também os expõem ao vício em drogas estimulantes. Dos consultados pela 56 Dean Street, 25% nunca usaram preservativos nas relações chemsex”. No ano passado, 44 pessoas morreram pelo uso das drogas GHB e mefedrona, populares entre os usuários da modalidade.

Uma nova categoria informal de encontros marcados pelo aplicativo gay Grindr tem usuários escrevendo “H&H” (“high and horny”, ou “drogado e com tesão”) para chamar possíveis parceiros para a atividade.

David Stuart, diretor da área de “chemsex” da 56 Dean Street, diz que o país precisa abordar a questão longe dos estigmas dos anos 1980 em relação à Aids.

— O ‘chemsex’ é um problema de saúde que simplesmente não pode ser deixado para ser resolvido por serviços de drogas comuns. Precisa de abordagem multidisciplinar e apoio da comunidade gay — alerta Stuart.

O grupo Gay Men Fighting Aids (GMFA, “Homens gays combatendo a Aids”) lançou uma campanha este ano para chamar atenção da comunidade e das autoridades.

— Tudo que reduz a capacidade das pessoas de manter segurança no sexo é preocupante. Vale também para o álcool e outras drogas. Temos outros problemas, mas o ‘chemsex’ traz impacto para a saúde de muitas pessoas.

 

Fonte: O Globo