Consequências que ficam para o resto da vida

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mostramos um estudo realizado na Universidade da Finlândia Oriental confirmando que adolescentes que bebem em excesso tendem a ter menos massa cinzenta no cérebro – estrutura responsável por funções como memória, tomada de decisões e autocontrole.

É de conhecimento também que o efeito do álcool em adolescentes é diferente que em adultos, atuando de maneira negativa em funções de aprendizado, coordenação motora e sedação.

Por ser um período crítico do desenvolvimento cognitivo, emocional e social em que ocorre o refinamento de circuitos neurológicos e o amadurecimento de funções cerebrais importantes, como planejamento e memória, o uso do álcool nesta fase não é aconselhável justamente pela bebida também atuar no sistema nervoso central.

Ainda assim, e apesar disso, o consumo abusivo de álcool por adolescentes é cada vez mais comum e pode levar a consequências graves e irreversíveis.

Um estudo investigou os efeitos do álcool no cérebro através da criação de um modelo animal de ratos adolescentes, averiguando a exposição ocasional e intermitente destes cérebros em formação ao álcool com o objetivo de identificar possíveis alterações estruturais e funcionais na fase adulta. Foram avaliadas regiões cerebrais associadas ao aprendizado e a memória utilizando-se técnicas de eletrofisiologia, imunohistoquímica e anatomia, comparando-se ratos adultos que consumiram com aqueles que não consumiram álcool durante a adolescência.

Os resultados obtidos demonstraram que há prejuízo na função de memória na vida adulta quando ocorre exposição precoce ao álcool. Ratos expostos à bebida apresentaram mais alterações cerebrais, apontando disfunção quando comparados com ratos não expostos ao álcool (como atraso no início do desenvolvimento de áreas específicas, alterações de plasticidade, densidade de proteínas, maturação de células e sinapses).

Juntando-se todos os resultados, é fácil concluir que a exposição intermitente de álcool durante a adolescência pode ter consequências persistentes na vida adulta, com anormalidades estruturais e funcionais do hipocampo – área implicada com a memória.

No entanto, apesar de avanços significativos na elaboração de modelos animais, são necessários outros estudos para verificar a hipótese em humanos.

 

Fonte: Cisa