Dois programas “empedrados”

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Em meio à epidemia do crack, a maioria dos micro-ônibus comprados para o programa “Crack, é possível vencer” está encostada. Dos 197 veículos adquiridos na gestão Dilma Rousseff, pelo Ministério da Justiça, 127 nunca foram usados por “problemas de funcionamento”. Os modelos são equipados com câmeras de segurança que permitem ações de policiamento ostensivo e flagrantes dentro das cracolândias. Também servem para atendimento a usuários de todos os tipos de drogas. Cada unidade parada custou aos cofres públicos entre R$ 637 mil e R$ 833,3 mil.

A atual administração da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do MJ, diz que está adotando todas as providencias para resolver, com a maior brevidade possível, a situação.

Em notícia correlacionada, uma pesquisa inédita da Open Society Foundations, baseada em Nova York, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e o Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos da Unicamp, aponta ainda limites no De Braços Abertos – programa da prefeitura de São Paulo que oferece um quarto de hotel, três refeições diárias e trabalho de varrição de vias para usuários de crack –, como a pouca opção de ocupações, a precariedade de alguns hotéis, com fiação elétrica exposta e pouca higiene, e a localização do alojamentos, no entorno do fluxo de venda e consumo das pedras.

Questionada, a prefeitura de São Paulo afirmou que as avaliações feitas pela própria gestão apontam redução maior do uso que a mostrada pela pesquisa da Open Society Foundations. Em nota, informou que 88% dos beneficiários dizem ter diminuído o consumo e que “antes do programa, o uso de crack por pessoa era de, em média, 42 pedras por semana, e agora é de 17 pedras”.

 

Fonte: Estadão