“É hora de tirar o telefone das pessoas”

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No mundo todo, a multiplicação dos aparelhos portáteis como tablets e celulares acompanhou o mergulho de milhões de pessoas na internet. E nem sempre de um jeito saudável, conforme já tratamos neste artigo, por exemplo.

Você, provavelmente, não está numa série feita pelo fotógrafo Eric Pickersgill . Mas será que você se reconhece nelas? Clique aqui, confira e faça uma avaliação (honesta). É gente que não larga o celular mesmo quando está com os amigos, com a família, e até na cama.

Inclusive o autor das fotos, Eric Pickersgill. Mas cadê o celular? Ele chegou a dormir com o celular na mão, aí pensou: se o mundo não tira mais o olho do telefone, é hora de tirar o telefone das pessoas. A série de fotos de quem ele encontra na rua é um pedido de reflexão.

“Não quero dizer a ninguém o que fazer, mas se você vai usar o celular pra isolar os outros, pelo menos tenha consciência do que está fazendo”, diz Eric.

Mas qual é o limite para buscar o equilíbrio? Na recepção de um prédio de Nova York, é assim: lá dentro, mantras, exercícios para se alongar e ter consciência da respiração.

São aulas de mindfulness, que em português quer dizer atenção, consciência plena. A ideia é combater a ansiedade e fazer exercícios para aprender a apreciar o momento, fazer uma coisa de cada vez. É um tipo de meditação que está ficando popular entre quem quer se livrar dos excessos da tecnologia.

Alan Finger, professor há mais de 20 anos, diz que a ideia é que você não fique pensando em várias coisas ao mesmo tempo. “Você aprende a sentir quem você é, sem o celular. E aí você pode sair e usar numa boa”, ele afirma.

Ele mesmo tem um celular de última geração: “Eu adoro eletrônicos. São parte da nossa evolução. Mas você precisa saber que você tem o controle, não eles”, ele aponta.

A tentação é grande. Se a gente levar em conta só os aplicativos, os sites e as redes sociais mais populares, a cada minuto o mundo assiste a 3,4 milhões de vídeos na internet, manda 20 milhões de mensagens, publica 3,3 milhões de posts nas redes sociais e 55 mil fotos.

A preocupação em desconectar é tanta que já tem até colônia de férias para quem exagera nos eletrônicos: quatro dias no meio da natureza, só adultos, com muito esporte e diversão. Não pode bebida alcoólica, computador nem celular. A ideia é devolver às pessoas o prazer de conversar e de fazer novos amigos, como antigamente – sem ajuda da tecnologia.

Numa pesquisa feita com 6 mil entrevistados em nove países, mais da metade das crianças reclamaram que os pais usam celular demais, ficam até mais tempo com eles do que com elas. O Brasil foi o país em que as crianças mais se queixaram.

 

Fonte: Jornal Nacional