Os filhos das drogas

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De acordo com o Senado Federal, existem hoje, aproximadamente, 44 mil crianças para adoção no Brasil e muitas delas são filhas(os) de mães usuárias de crack.

Já com relação às mulheres dependentes de álcool, o Ministério da Saúde informou que nos últimos cinco anos o número médio anual de registros de “sintomas de abstinência neonatal de drogas utilizadas pela mãe” atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi de 76.

O Ministério da Saúde também cofinancia 2.340 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), especializados em tratamento na área de álcool e outras drogas, e 209 CAPS infanto-juvenis, além de cofinanciar também equipes de profissionais de saúde que atendem a população em situação de rua, inclusive para usuários de álcool, crack e outras drogas.

As gestantes e mães usuárias de drogas são atendidas na Rede de Atenção Psicossocial, porém a grande maioria das gestantes dependentes químicas não faz nenhum tipo de acompanhamento pré-natal e costumam chegar à maternidade apenas na hora do parto, o que dificulta ainda mais a identificação delas e do número de crianças nascidas nessa situação.

Na Grã-Bretanha, entretanto, o serviço público de saúde (NHS) sabe que, em média, três bebês nascem viciados em drogas a cada dia na Inglaterra devido ao hábito das mães: entre 2014 e 2015 cerca de 1.087 bebês foram afetados pelo uso de drogas pelas mães. Um problema que se repete em todo o Reino Unido. Na Escócia foram 987 bebês entre 2012 e 2015, enquanto no País de Gales foram 75 casos, entre drogas e bebidas alcoólicas em 2015 e neste ano.

É através da corrente sanguínea que quase todas as drogas passam da mãe para o feto durante a gravidez e as crianças já nascem viciadas e sofrendo os efeitos da abstinência. Entre os sintomas comuns dos recém-nascidos viciados em opiáceos, como heroína e metadona, está tremor incontrolável, choro estridente e manchas na pele.

Na Grã-Bretanha, em muitos casos, os bebês são entregues aos cuidados de um familiar da mãe. Mas especialistas acreditam que os resultados do tratamento para a criança e a mãe são melhores quando eles são mantidos juntos na recuperação. E as próprias mulheres adictas insistem que, ao lado dos filhos, elas têm mais chances de abandonar o vício.

Estas mulheres vivem na Trevi House, única instituição de caridade deste tipo no país, onde elas seguem um plano rigoroso de reabilitação que inclui sessões de terapia diárias, encontros em grupo, exames médicos e checagens dos serviços sociais. Até dezembro do ano passado, 65% das crianças saíram da Trevi House acompanhadas de mães já não mais viciadas em drogas ou bebidas alcoólicas.

 

Fonte: BBC Brasil via G1