Onde há fumaça, há negócios

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Já mostramos nesta matéria que o projeto de legalização plena da maconha não é coisa dos uruguaios, mas da organização Open Society, criada pelo multibilionário George Soros, de olho grande nos bilhões de dólares que circulam no narcotráfico.

Para quem ainda não compreendeu – ou se deixou levar pelo ‘canto da sereia’ da legalização -, vamos apresentar um mercado que está crescendo a largas baforadas: o de produtos para o consumo de maconha. Com alvará da prefeitura para funcionar, lojas especializadas vendem acessórios com nota fiscal, aprovados pela Anvisa, e chegam a faturar R$ 2 milhões por ano.

Por se tratar de um segmento que trabalha dentro do guarda-chuva das tabacarias, é difícil mensurar o tamanho do business das head shops, mas adivinhar é um exercício de lógica simples. A última pesquisa anual feita pelo Ministério da Saúde indicou que o número de fumantes no Brasil caiu 30,7% em nove anos. Estranhamente, as tabacarias moderninhas continuam pipocando em diversos bairros da cidade. E mais: por causa da quantidade de pessoas que responderam que não queimam tabaco, mas fumam outros produtos, o Ministério da Saúde irá incluir, no levantamento de 2016, a categoria “narguilé”.

Pode parecer um contrassenso que tanta gente esteja quebrando seus porquinhos para investir num produto que é proibido no Brasil. E é aí que está o segredo do negócio. Mesmo estando há décadas na ilegalidade, a erva danada não deixa de ter seus consumidores: um público fiel que compra mesmo em tempos de crise. Todas as lojas afirmam que têm alvará da prefeitura para funcionar e que vendem produtos taxados pelo governo, aprovados pela Anvisa e com nota fiscal regular. Nelas, se comercializa de tudo um pouco: desde caixas de fósforo, que custam centavos, até vaporizadores-boutique, que chegam a cifras de quatro dígitos — objetos feitos para tragar qualquer tipo de fumo, mas que, segundo os vendedores, são utilizados na maioria dos casos para o consumo da maconha.

Enquanto uns concordam e outros discordam sobre a descriminalização, a fumaça continua rolando solta, enchendo os bolsos de quem investiu no negócio da cannabis.

Se por um lado, a causa tem ativistas inflamados, há quem considere que este não é o momento mais apropriado para a legalização da maconha. O psiquiatra Jorge Jaber, por exemplo, acredita que o surgimento de novas lojas pode impulsionar o consumo da erva.

— Dentro de um sistema capitalista, quanto maior a oferta de produtos que facilitem o consumo, maior tenderá a ser o mercado consumidor. O simples fato de abrirem mais lojas, significa que se espera aumentar o número de consumidores. A liberação de produtos como cachimbos e sedas é uma espécie de legalização secundária da cannabis, pois estes apetrechos são usados basicamente para o consumo da maconha. Caminhamos para a legalização, porém, extraoficialmente, a própria criação deste comércio de objetos para o uso da cannabis já é uma forma de facilitação. E isto é contrário à proibição — pondera ele.

 

Fonte: Gabriel Menezes / Natasha Mazzacaro, via O Globo