O sujo falando do mal-lavado

Tempo de leitura: 4 minutos

O bilionário investidor húngaro George Soros discursou no Fórum Econômico Mundial, na Suíça. Seu alvo: as gigantes Google e Facebook.

Para Soros, estas empresas são uma ameaça, pois “deliberadamente constroem vícios nos serviços que providenciam” e que isso “pode ser muito danoso, especialmente para adolescentes”. Curiosa esta preocupação de Soros, já que ele defende a descriminalização das drogas e trata a legalização da maconha como um fenômeno irreversível. E, segundo o programa de saúde mental da OMS, além dos já conhecidos problemas de saúde, o álcool e o abuso de substâncias também aumentam significativamente o risco de suicídio entre os adolescentes de 16 anos e mais velhos.

Quanto a dependência tecnológica, já aprendemos aqui que ela  é considerada um dos transtornos do controle dos impulsos, assim como a cleptomania (furtar compulsivamente), piromania (prazer em atear fogo) e tricotilomania (arrancar os cabelos).

O vício em internet foi comparado pela primeira vez com o abuso de outras coisas, como drogas e álcool, por cientistas chineses. Algumas anormalidades no cérebro de quem é viciado em internet foram encontradas em comparação com pessoas em tratamento para parar de beber ou usar substâncias ilícitas, como maconha ou cocaína.

Logo, Soros pode ter exagerado, mas não errou ao firmar que Google e Facebook causaram uma variedade de problemas que “só estamos nos dando conta agora”.

Para a psicoterapeuta Aline Gomes, vai demorar um tempo para que se descubra de fato todos os “efeitos colaterais” das redes sociais. Segundo ela, esta nova geração é, ao mesmo tempo, “criadora e cobaia desse novo estilo de vida” onde, ao “tirar fotos legais, em lugares legais, de comidas gostosas, as pessoas ganham muitos likes e ficam felizes. Por outro lado, quando há um acontecimento negativo, o alcance e a repercussão disso também é muito maior e isso pode gerar cobranças e uma superexposição desnecessária que traz prejuízos psicológicos para a pessoa”.

Soros disse ainda que Google e Facebook “exploram o ambiente social” e, por isso, deveriam estar sujeitas “a regulações mais restritas, com foco em preservar competitividade, inovação e acesso universal aberto e justo”, explica.

Faz sentido, vindo de George Soros.

“Guia para Jornalistas” desenvolvido por instituições que apoiam a liberação das drogas

Afinal, ele quer no mercado financeiro os bilhões de dólares que circulam no narcotráfico. Isso só é possível com a legalização plena de todas as drogas. O primeiro passo, então, seria legalizar a maconha. Não á toa que o projeto de legalização plena da cannabis não é coisa dos uruguaios, mas da organização Open Society, criada, justamente, por Soros. Todas as ONGs e entidades que financiam a campanha pela legalização das drogas no Uruguai, no Brasil e em vários países periféricos, são financiadas por ela. É o caso, por exemplo, da Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD), um colegiado de instituições pró-liberação, que anuncia para fevereiro o lançamento de um “guia de orientação para jornalistas que possa, de forma objetiva, facilitar o trabalho dos jornalistas no sentido de uma cobertura mais precisa e conceitualmente embasada sobre a questão da política de drogas”. O projeto foi financiado pelo Social Science Research Council (SSRC) que defende, entre outras coisas, a despenalização, descriminalização, legalização e regulamentação das drogas. Portanto, podemos contar que este “guia” seja imparcial?

Em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, Soros afirmou, ainda, que “é apenas uma questão de tempo para que esse domínio (de Google e Facebook) seja quebrado”. É provável que ele tenha algum interesse aí, obviamente, já que financia diversas páginas dos lobbies em favor da descriminalização ou da legalização de todas as drogas. Trata-se apenas da velha e boa lei de mercado.

Com o recente abalo no “porto seguro” da maconha, comprometendo o avanço da campanha pró-cannabis nos EUA, Soros tenta disseminar a ideia nos países pobres. O Uruguai foi o primeiro a cair, mas não atende as necessidades do bilionário investidor. Já o Brasil faz fronteira com nove países. Quatro deles são altos produtores de cocaína – Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia – e um de maconha: o Paraguai.

Entendeu o verdadeiro motivo do discurso afirmando que “o Uruguai é um exemplo a ser seguido pelo Brasil”?

 

Fonte: Tecmundo