O “Imperador” sucumbe ao vício

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A tolerância e a dependência ao álcool são dois eventos distintos e indissociáveis. A tolerância é a necessidade de doses maiores de álcool para a manutenção do efeito de embriaguez obtido nas primeiras doses. Normalmente, à medida que se eleva a dose da bebida alcoólica para se contornar a tolerância, ela volta em doses cada vez mais altas.

Um indivíduo que antes se embriagava com uma dose de uísque e passa a ter uma leve embriaguez com três doses está tolerante apesar de ter algum grau de embriaguez. O critério não é a ausência ou presença de embriaguez, mas a perda relativa do efeito da bebida. A tolerância ocorre antes da dependência. Os primeiros indícios de tolerância não significam, necessariamente, dependência, mas é o sinal claro de que ela não está longe.

A dependência é simultânea à tolerância. A dependência será tanto mais intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância ao álcool. Diz-se que a pessoa tornou-se dependente do álcool quando ela não tem mais forças por si própria de interromper ou diminuir o uso do álcool.

E parece que este é o problema do jogador Adriano, ex-atacante da seleção brasileira e do Flamengo, entre outros.

Segundo Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, o Imperador falhou na tentativa de vencer o vício no álcool.

“Nós tivemos um episódio bem-sucedido com o goleiro (Rodolfo), que tinha problemas com antidoping, e o recuperamos”, contou Mário em entrevista ao canal de Tv Premiere FC. “Então houve uma solicitação do Adriano porque era o único clube com estrutura e condições, fora do eixo Rio-São Paulo. Nós realmente nos sensibilizamos. Esse erro foi meu, porque essa decisão foi minha. Conversei com ele, ele se mostrou um bom rapaz, mas infelizmente ele não teve a força suficiente. Iniciou muito bem, mas depois não teve força suficiente para se manter fora da dependência”, disse Petraglia.

O mandatário do Furacão perdeu as esperanças na recuperação do jogador, que, por indisciplina, foi dispensado pelo clube paranaense em abril, após disputar quatro jogos e marcar um gol.

Mário reconheceu que errou por ter contratado Adriano no começo desta temporada, mas apontou o jogador como principal culpado pelo fracasso no Sul: “Ele reluta muito, tem uma autodefesa forte nesse sentido, não acredita muito nesse caminho. Mas nós tentamos, nossa área médica é forte, nosso vice-presidente tem uma clínica de recuperação no Paraná e é especialista nesse tipo de problema psicológico, mas não foi possível”, lamentou.

O alcoolismo, como qualquer diagnóstico psiquiátrico, é estigmatizante. Fazer com que uma pessoa reconheça o próprio estado de dependência alcoólica, é exigir dela uma forte quebra da autoimagem e consequentemente da autoestima. Com a autoestima enfraquecida a pessoa já não tem a mesma disposição para viver e, portanto, lutar contra a própria doença. É uma situação paradoxal para a qual não se obteve uma solução satisfatória.

Aos 32 anos, Adriano negocia o retorno ao futebol. O Le Havre, que disputa a segunda divisão da França, é o clube mais cotado para contar com o futebol do Imperador.

 

Fonte: iG Esportes

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