“Isso precisa parar, e isso vai parar agora”

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Kathleen Errico mora em Haverhill, Massachusetts, e, no começo de abril, recebeu a visita de sua filha Kelsey Grace Edincott. A jovem estava morando na Hart House, um centro de reabilitação, e estava sóbria há 10 meses, tanto que tinha acabado de recuperar a guarda de seu único filho, Camden.

No entanto, uma tragédia mudaria a vida da família naquele fim de semana.

Antes de ir para a cama, a mãe Kathleen conversou com a filha sobre o neto e sobre os planos para o futuro de Kelsey. Na sequência, a jovem desceu para comer uma tigela de sorvete e assistir um pouco de TV antes de ir para cama. Às 3h45min da manhã, no entanto, a mãe acordou com uma má sensação e constatou, após ir ao quarto da filha, que ela tinha perdido a luta de 10 anos contra o vício em heroína.

“Eu só queria que ela acordasse, eu implorei para que ela acordasse, mas ela não se movia“, contou Kathleen para o BuzzFeed. Arrasada pela morte da jovem, a mulher também não conseguia acreditar que a filha teve uma recaída apenas dois meses após sair da reabilitação e reconquistar a guarda do filho. A situação piorou quando a mãe viu o certificado de óbito de Kelsey: “Ele dizia ‘morreu repentinamente’, e eu só podia dizer ‘não, isso precisa parar, e isso vai parar agora“, disse.

Em um obituário publicado pelo The Boston Globe, Kathleen descreve a “heroica batalha contra o vício” de sua filha, chamando a doença de “impiedosa” e atestando que é responsabilidade dos vivos de “abrir as mentes e corações para aqueles que ainda estão doentes e sofrendo“. “Kelsey não quer que nós choremos por ela, ela quer que nós lutemos por ela. Ela quer que nós contemos a sua história e nunca nos esqueçamos que ela era uma jovem mulher incrível, com um futuro brilhante — e não uma estatística“, escreveu.

A emocionante mensagem foi compartilhada mais de 50.000 vezes. O obituário atraiu comentários de pessoas do mundo todo que também perderam entes queridos para o vício em heroína. “Seu vício dizia que ela não era boa o suficiente. A heroína disse para ela: ‘eu posso fazer com que você seja aceita, eu posso fazer tudo ficar bem, eu posso te fazer valer a pena, eu posso fazer com que você se sinta normal e amada, eu posso fazer com que você não sinta nada e fazer com que você sinta que tudo estará bem’“, escreveu a mãe no discurso que fez no funeral de Kathleen.

“Pais de viciados não dormem porque você nunca sabe quando vai receber o telefonema“, disse a mulher. Na mensagem, ela diz que também está de luto pelo senso de humor sarcástico de sua filha e por sua inteligência. Ela afirma que, por causa da heroína, a filha abandonou sua paixão por arte, pela natura, e até pela pesca — mas, desde que entrou na reabilitação, estava pintando novamente: “Ela era um ser humano, uma filha, uma amiga, uma prima. Ela era tudo isso, e não apenas uma pessoa que era viciada em heroína“, diz Kathleen.

Após a trágica perda, Kathleen e seu marido, Paul, estão considerando começar uma fundação para homenagear sua filha e ajudar famílias que estão enfrentado problemas com vícios: “Sua morte é triste, não deveria ter acontecido. Mas ela pode ajudar outras pessoas que estão enfrentando e sofrendo com a mesma crise — ela não morreu em vão“, disse.

 

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Fonte: Revista Veja