Legalizar ou não legalizar, eis a questão

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Cristovam Buarque do PDT-DF será o relator de um projeto de lei que regulamente o uso recreativo, medicinal e industrial da maconha no Brasil. A possibilidade de protocolar tal projeto na Comissão de Direitos Humanos do Senado seria uma resposta à proposta de iniciativa popular apresentada pelo Senado Federal em seu site na internet.

A proposta de descriminalizar o uso da maconha foi protocolada virtualmente no dia 30 de janeiro por André de Oliveira Kiepper, 32 anos, morador do Rio de Janeiro, no “Portal e-Cidadania”, ferramenta que permite aos cidadãos enviarem sugestões de projetos de lei.

Em oito dias, a proposta obteve o apoio de mais de 20 mil pessoas, número que assegura o envio da sugestão para a análise da Comissão de Direitos Humanos. Ainda assim, o parlamentar disse não saber se o resultado da sua análise vai “agradar”. Cristovam disse ainda que pretende ouvir a Igreja sobre o assunto, mas assegurou que o parlamento não deve se “curvar”.

O senador também declarou que quer ver se “a legalização está sintonizada com os costumes brasileiros ou se será um desrespeito ao que o brasileiro sente”.

Esta é uma boa oportunidade para lembrarmos esta matéria onde a bioquímica americana Marilyn Huestis, Doutora em Toxicologia e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, alertou para as consequências a curto e longo prazo no uso de uma droga ilegal para fins medicinais.  A médica também levanta outros importantes questionamentos que merecem ser conferidos e afirma que “as pessoas que estão decidindo não entendem as consequências disso”.

Além dela, outros especialistas têm comprovado que a maconha afeta o sistema nervoso central, causando: alterações de comportamento, de personalidade e psicológicas, levando o dependente a esquizofrenia, loucura e até a morte. Uma busca em nossa página e poderão ser lidas muitas matérias a respeito. E ainda temos o exemplo do Uruguai, onde a ‘maconha legal’ encontra alguns obstáculos.

Ainda que esta Consulta Pública não seja oficial, um fato muito contraditório e preocupante chama a atenção. É que, apesar de 75% da população brasileira ser contra a descriminalização ou legalização ao plantio e porte de drogas para uso pessoal no Brasil, de acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), a enquete do senado afirma que 83,4% da sociedade são a favor e somente 16,6% são contra. Apesar da própria enquete informar que os resultados “representam a opinião das pessoas que votaram, não sendo possível extrapolá-los para toda a população brasileira”, a divulgação de tais dados sem a devida ressalva (inclusive, repetimos, do fato desta não ser uma consulta oficial, ao contrário da pesquisa do Lenad), acaba por passar uma falsa – e tendenciosa – interpretação dos números.

Participe da Consulta Pública e dê seu voto na Ementa que visa regular o uso recreativo, medicinal e industrial da maconha clicando aqui.

 

Fonte: site oficial do Senado Federal & G1