Adequação da alimentação ao perfil dos dependentes químicos

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O abuso de drogas é problema de saúde pública, cujas consequências vêm se tornando cada vez mais alarmantes, com grande impacto social. Atualmente, é premente a reorganização de serviços que atendam os usuários de substâncias psicoativas, no sentido da inclusão de ações efetivas de recuperação e promoção da saúde. Em termos de políticas públicas, apenas em 2003 surgiu no Brasil a Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas. Em virtude desse atraso histórico na definição de políticas direcionadas aos dependentes químicos, a sociedade se organizou a fim de suprir a lacuna deixada pelo poder público, constituindo diversidade de clínicas e comunidades terapêuticas.

Nesses espaços, as equipes multidisciplinares normalmente não incluem o profissional nutricionista, embora seja reconhecida a interferência do uso abusivo de substâncias psicoativas no comportamento alimentar, estando muitas drogas associadas a alterações nos hábitos alimentares e no estado nutricional do usuário por afetarem o apetite e a ingestão dos alimentos e/ou por agirem diretamente sobre a absorção e o metabolismo de nutrientes específicos. Assume-se, portanto, como relevante, o desenvolvimento de pesquisas sobre a alimentação e a nutrição de dependentes químicos, de forma a produzir conhecimento que reverta em qualificação do atendimento, melhoria do autocuidado e, consequentemente, maior adesão e sucesso do tratamento.

Segundo especialistas da área, com o consumo de drogas e álcool a má alimentação, ou a alimentação exagerada, deve ser contida.

Eles também apontam os benefícios do consumo de carboidratos (fonte fundamental de nossas energias) e a importância em ingerir alimentos de origem vegetal.

A presença de fibras mantém o equilíbrio da flora intestinal, contribuindo para a boa formação das fezes, auxiliando no esvaziamento da vesícula biliar, entre outros benefícios. Já as proteínas têm a função importante sob todos os aspectos da estrutura e função celulares.

O perfil nutricional do adicto pode transitar entre a eutrofia (boa alimentação) e o excesso de peso, o que é compatível com o efeito das drogas de uso principal e, ainda, sugestivo de consumo aumentado de alimentos durante o tratamento, possivelmente em substituição à droga de dependência, como forma de compensação.

A boa alimentação é aplicada na atualidade, geralmente sob orientação ou ‘’prescrição médica’’.  Nesse contexto, torna-se pertinente a implementação de ações que visem a recuperação e a manutenção do estado nutricional do dependente, potencializando cuidado nutricional integral que inclua planejamento de cardápios adequados e promotores de saúde.

 

Fonte: SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas