O pseudo ecstasy

Tempo de leitura: 2 minutos

As “designers drugs” – ou drogas sintéticas – avançam avassaladoramente em nossa sociedade, são as drogas mais apreciadas e consumidas entre o público frequentador das baladas e raves já há algum tempo e multiplica-se nas camadas sociais das classes A e B, sendo que os adolescentes e jovens com maior poder aquisitivo são os maiores consumidores destas novas substâncias psicoativas e, em sua maioria, não consideradas ilegais.

Dentre as drogas sintéticas mais conhecidas está o ecstasy, cujo princípio ativo é o MDMA, mas… nem tudo é o que parece, principalmente no mundo das drogas, onde o mais adequado é o que está mais rapidamente ao dispor¹. Na visualização da Moral do Espetáculo, termo criado por Debor em 1997, é visível um sintoma social de imediatismo e brevidade das sensações de prazer, resultando em transferências frequentes por drogas mais potentes e desconhecidas, turbinadas em laboratórios.

A composição das substâncias destas “designers drugs” surpreendem. Em São Paulo, amostras colhidas em apreensões de ecstasy² revelam que em menos da metade  das “balas” contém o MDMA, e o que mais sobressalta  é a quantidade de metanfetaminas, substâncias altamente viciantes e com poder destrutivo e de causar dependência maior que o do crack.

E como combater esta nova coqueluche das drogas? O que os pais e mães devem fazer e como se comportar frente a esse novo desafio? Prevenção e informação é o mais recomendável e a melhor maneira de lidar com este tsunami viciante e para os pais e mães o conhecimento sobre drogas e muita paciência e diálogo vão fazer a diferença e, caso precisem,  consultem um profissional qualificado.

 

¹- Andréa Costa Dias em Crack: reflexões para abordar e enfrentar o problema (nota do autor).

²- Um levantamento inédito feito pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo em parceria com a Fapesp revela que apenas 44,7% das drogas sintéticas apreendidas no Estado no último ano contêm o princípio ativo do ecstasy, o MDMA. Outras 20 substâncias foram encontradas, algumas delas presentes em remédios de emagrecimento e anestésico de cavalo, além de anfetaminas e metanfetaminas. Todos os comprimidos têm a mesma embalagem visual do ecstasy – a cor, o formato e os logotipos variados. O resultado evidencia que a composição das drogas sintéticas vendidas no Estado é extremamente variada, assim como o nível de concentração de substâncias (nota da redação).

 

perfil 3PITI HAUER é advogado com formação pela UFPr e habilitação específica em Ciências Penais, especializando-se em Dependência Química na UNIFESP. Membro do Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas no Paraná (2014-2015), Colunista do Paraná Portal – “Vamos falar sobre Drogas?”, e com Curso de Extensão ao Crack: Tratamento e Políticas Públicas pela UNIAD.