Sexo, drogas e… mais riscos

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Disse o poeta que o amor são fogos que se acendem sem artifícios. Entretanto, se aplicado ao sexo, puro e simples, o verso já não faz tanto sentido assim. Não que o desejo sexual só aconteça irrefutavelmente a partir de um empurrãozinho ou apertãozinho externo – embora seja claro que isso sempre ajude. A questão é que muitas pessoas gostam de incrementar performances e sensações com a potencialização provocada por algum estado de consciência alterada. É aí que mora a – nos dias de hoje, até estreita – relação entre sexo e drogas. Lícitas ou não, elas agem diretamente nos neurônios do cérebro e interferem, contra e a favor, nas respostas sexuais de homens e mulheres.

Conforme já apresentamos nesta matéria, a ação das drogas sobre o comportamento sexual é algo bem documentado pela literatura especializada: o consumo de álcool e de outras drogas aumenta a frequência de parceiros sexuais casuais e a chance de uma prática sexual de risco, isto é, sem medidas de proteção, como a camisinha.

Por estes motivos, especialistas estão sempre realizando pesquisas que corroborem os perigos da delicada relação (sem trocadilhos) entre sexo e drogas.

Por exemplo, jovens fazem sexo sem proteção após excesso de álcool, diz pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo. E em vários casos eles nem sequer lembram-se disso. Foram entrevistados 1220 jovens entre 18 e 24 anos. Muito jovens e se arriscando muito.

Neste período de muitas festas (mesmo com o fim das férias, logo teremos o carnaval), o consumo de bebidas alcoólicas foi o fator principal para mulheres fazerem mais sexo durante as férias. Este foi o resultado de um estudo publicado na revista científica “Tourism Management”, especializada em turismo.

A pesquisa ainda apontou diferenças de comportamento entre mulheres em relacionamentos sérios e solteiras. No primeiro grupo, 90,3% delas apontaram “férias relaxantes” como a situação em que mais provavelmente fariam sexo. Já 49,8% das solteiras disseram ter mais chances de ir para a cama em excursões.

A Europa foi apontada como o lugar mais popular para o sexo casual (25%), com praias e ilhas tropicais (13%) e cidades americanas como Las Vegas, Nova York e Miami (8,6%) em seguida.

Foram ouvidas 853 mulheres em uma enquete anônima. As autoras do estudo, Liza Berdychevsky e Heather Gibson, acreditam que a pesquisa poderá ajudar a elaborar políticas públicas em prol do sexo seguro.

Os principais fatores que levam as mulheres a ter relações sexuais durante as férias receberam notas em uma escala de 1 a 5, na qual 1 “inibe o sexo fortemente” e 5 “facilita fortemente”. O consumo de bebidas alcoólicas ficou com 4,31, em primeiro lugar.

Os resultados destas e de outras pesquisas sobre o assunto mostram que a relação entre drogas e sexo é um problema importante para os usuários de drogas e que a natureza e a severidade destes problemas variam de acordo com o tipo de substância e o sexo. Em alguns casos, especialistas destacam a necessidade de valorizar os aspectos da sexualidade para melhorar as chances de sucesso no tratamento destes indivíduos.

 

Fonte: O Globo & Independent