Maconha: versão mais potente está associada a psicose

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Versão potente da maconha, o skunk pode triplicar o risco de psicose, diz um estudo da universidade britânica King’s College London. Realizada ao longo de vários anos – comparando 410 pacientes com idades entre 18 e 65 anos, que relataram um primeiro episódio de psicose num hospital psiquiátrico do sul de Londres, com 370 participantes saudáveis na mesma faixa etária e da mesma área de Londres -, a pesquisa mostrou que usuários da droga têm três vezes mais chances de desenvolver o quadro que não usuários.

Os cientistas do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da universidade concluíram também que o uso de haxixe, outro tipo da cannabis, não está associado ao risco de psicose.

Segundo Marta Di Forti, principal autora da pesquisa, “em comparação com aqueles que nunca tinha experimentado cannabis, usuários de cannabis de alta potência do tipo skunk tiveram um aumento de três vezes no risco de psicose”. “Os resultados mostram que o risco de psicose em usuários de maconha depende da frequência de uso e potência da cannabis”, afirmou ela à BBC.

A pesquisadora disse ainda que o uso do skunk está cada vez mais generalizado em Londres, embora a droga seja proibida na Inglaterra.

O ‘skunk’ contém mais THC (tetrahidrocanabinol) do que outras variações da cannabis, principal ingrediente psicoativo da maconha. Já o haxixe contém quantidades substanciais de outro produto químico chamado canabidiol, ou CBD que, de acordo com outras pesquisas, pode agir como um antídoto para o THC, contra-atacando os efeitos colaterais psicóticos.

Robin Murray, professor de pesquisa psiquiátrica do King’s College, disse que “o trabalho sugere que poderíamos evitar quase um quarto dos casos de psicose se ninguém fumasse cannabis de alta potência”.

“Isso pode salvar pacientes jovens e economizar dinheiro do sistema de saúde.”

Marta Di Forti pediu que seja adotada uma “clara mensagem pública” sobre os riscos da maconha mais forte. Ela também sugeriu que os médicos perguntem aos seus pacientes sobre seus hábitos de uso da droga, como já acontece no caso do álcool e tabaco.

Fonte: G1