A tênue linha entre o ‘beber socialmente’ e o ‘beber em binge’

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“Beber em binge” é um conceito muito utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de não ter uma tradução ideal em português, pode ser interpretado como “o beber muito e muito rápido”, definido pelo consumo de 4 unidades de álcool em duas horas para mulheres ou cinco unidades de álcool em duas horas para homem. E esse indicador existe porque ele está comprovadamente associado a uma série de danos, tanto fisiológicos quanto sociais, porque, em outras palavras, trata-se do beber para ficar bêbado.

Segundo o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo); financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o aumento neste indicador foi de 31% na população geral, um pouco menos que 30%  entre os homens e um aumento de 36% entre as mulheres.

Isso significa que as mulheres estão mudando bastante o padrão de uso de álcool. No geral, dos 47% da população que bebeu no último ano, desses, 55%, ou seja, mais da metade já bebeu em forma binge.

Acontece que há uma linha tênue entre beber socialmente e beber em binge.

O “beber socialmente” equivale ao que os especialistas classificam como “risco moderado” de alcoolismo. Entra nessa categoria quem consome até 3 doses diárias de bebida alcoólica – na classificação-padrão, 1 dose equivale a 1 latinha de cerveja, uma taça de vinho ou meros 25 mililitros de destilados, como uísque e vodca.

Nesse sistema, a categoria acima do “risco moderado” já é “risco em crescimento”. Quem estiver nas 4 doses diárias deve ficar atento.

Obviamente que passar de 3 doses diárias não significa que a pessoa está se tornando alcoólatra, pois a quantidade de álcool que uma pessoa bebe não é o único critério (nem mesmo o principal) para diagnosticar dependência do álcool. Para tanto, leva-se em conta o quanto o consumo de álcool atrapalha a vida da pessoa.

Tendo como base que uma dose de bebida equivale a 350 ml (lata) de cerveja, 90 ml (taça) de vinho ou 25 ml de destilados, confira o risco de alcoolismo conforme o consumo diário de álcool:

1 dose – risco baixo

2 doses – risco leve

3 doses – risco moderado – Limite de “beber socialmente”

4 doses – risco em crescimento

5 ou + doses – risco avançado

 

 

Fontes: Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) e National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism