Dependência química e a teoria integral de Ken Wilber III

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Estamos aqui novamente, agora para nos debruçarmos sobre o terceiro componente da teoria integral: linhas de desenvolvimento. Nos textos anteriores abordamos os quadrantes e os níveis, os dois primeiros componentes.

As linhas de desenvolvimento podem ser comparadas às Inteligências Múltiplas, teoria criada pelo psicólogo Howard Gardner que teve grande repercussão. Nós nos desenvolvemos através dessas linhas ou “inteligências” de forma desigual, embora uma possa influenciar o desenvolvimento de outra.

Por exemplo, posso ser muito desenvolvido cognitivamente, mas pouco moralmente e ainda menos espiritualmente, mas uma linha poderá influenciar a outra no seu desenvolvimento. Estes seriam exemplos de três linhas importantes de desenvolvimento, mas poderíamos citar muitas outras, como: a sinestésica, a estética e a interpessoal.

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As linhas se desenvolvem através dos “níveis”, o segundo componente da teoria integral. É importante observar que a maioria de nossas linhas de desenvolvimento regride a níveis inferiores com o desenvolvimento da doença. Por exemplo: espiritualmente, emocionalmente, interpessoalmente e esteticamente. Entretanto, ao nos recuperar é bem comum que superemos os níveis anteriores destas mesmas linhas!

Sim, nos tornamos muitas vezes melhores em muitos aspectos. Creio que o significado espiritual de qualquer doença é melhorarmos em muitos aspectos. Essa é a grande lei do aprendizado através da dor.

Talvez a linha mais afetada com o progresso da doença dependência química seja a da identidade. É fácil percebermos como um dependente químico já desde o primeiro estágio da doença começa a sofrer alterações na sua personalidade. São bem comuns nessa época os confrontos familiares e com o “sistema”. Não pela natural e saudável revolta adolescente, mas com perdas reais no trato familiar e social. E depois isto só piora, e muito, até chagar a total falência pessoal e social. Linhas como a dos valores e da moral também são grandemente afetadas.

Por isso, o bom tratamento sempre envolve o começar a se amar novamente, ou seja, reencontrar sua identidade verdadeira. Também envolve uma espécie de regeneração ética-moral e uma busca pelo o que realmente importa para aquela pessoa nesta vida, ou seja, quais seus verdadeiros valores.

O próximo componente a ser estudado será Estados (alterados) de consciência. Para mim, o componente que mais me entusiasmou ao aplicar a teoria integral à dependência química.

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guilhermeGUILHERME NOBREGA FRANCO nasceu em Bragança Paulista, SP. Em sua juventude teve experiências emocionais e existenciais que o levaram a uma profunda crise. Logo após desenvolveu dependência química. Já em recuperação, Guilherme desenvolveu uma teoria diferente no modo como vemos e tratamos desta doença e registrou tudo na autobiografia A viagem de volta – autobiografia de um dependente químico & modelo de tratamento alicerçado na abordagem integral de Ken Wilber. Estudioso da abordagem integral deste pensador, está limpo desde 2007 e nunca teve recaídas.