Desmistificando a famosa trilogia

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Quem nos acompanha já sabe que, segundo um estudo dirigido pelo neurocientista Daniel Levitin, da universidade canadense McGill, uma mesma área responde exatamente a três estímulos: sexo, drogas e música – o que nos remete ao antigo slogan “Sexo, drogas e rock’n roll”.

A junção dos três elementos mais famosos da música ganhou repercussão em 69, na primeira edição do festival Woodstock. “Desde os primeiros anos do rock, na década de 50, a droga e o sexo já faziam parte da vida de quem curtia o estilo, mas o movimento hippie queria chocar, e conseguiram isso através dessa trilogia”, afirma o jornalista especializado em música, Adriano Coelho.

Apesar das bebidas, entorpecentes e mulheres formarem a filosofia de vários rock stars, conforme podemos observar através de músicas como Sister Morphine, do Rolling Stones, Cocaine, do Eric Clapton, Heroin, do Lou Reed, Girls, girls, girls, do Mötley Crüe, entre outras, a famosa trilogia, entretanto, não está associada apenas ao rock. Segundo Adriano, “a droga e o sexo já faziam parte da vida de muitos cantores antes do rock nascer. Artistas de jazz já faziam o mesmo e, segundo seguranças de casas de shows, qualquer estilo de música tem usuário de drogas. Os dois estão relacionados mais ao prazer e à diversão”.

Steven Tyler, vocalista da banda estadunidense de rock Aerosmith, afirmou certa vez: “Sexo, drogas e rock n’roll: livre-se das drogas e você terá bastante tempo para os outros dois”. Tyler sabe o que diz.

Em seu livro de memórias, O barulho na minha cabeça te incomoda? – Uma memória feita de rock `n` roll, ele fala  de carreira, amores, família, aventuras e, obviamente, de todo sexo, drogas – e internações em clínicas de reabilitação. A gama de narcóticos com a qual Tyler é habituado é impressionante – num sentido enciclopédico. Aqui estão alguns dos estimulantes, calmantes e tudo entre os dois que são mencionados no livro: Seroquel, Neurontin, Xanax, Benzodiazepina, Valium, Librium, Cocaína, Oxycontin, Lunesta, Suboxona, Dexedrina, Benzedrina, Maconha, Heroína, Tuinol, Metanfetamina, Seconal, Nitrato de Amil, Laudanum, Quaaludes, Dilaudid, Metadona, Clonidina, LSD, Haxixe, Ópio, etc. etc.

Desde que “ficou limpo”, Tyler tem feito várias aparições voluntárias a graduados em programas de reabilitação.

Porém toda regra tem sua exceção. Para desmistificar a ideia de que para ser roqueiro precisa ser drogado, beberrão e ‘pegador’, o site Rock na Veia fez uma lista com alguns astros do rock que nunca usaram drogas. São eles:

Greg Graffin: o líder da lendária banda de punk rock Bad Religion sempre assumiu uma postura anti-drogas. Ele afirma não fazer uso de nenhuma substância proibida.

Frank Zappa: considerado um gênio da musica, Zappa sempre foi um cara super careta. Até para tocar em sua banda os músicos não podiam usar nenhum tipo de droga.

Gene Simmons: o lendário baixista e vocalista do KISS afirma nunca ter consumido nenhum tipo droga, nunca ter bebido álcool e nunca ter fumado (nem maconha, nem cigarro) em toda a sua vida.

Bruce Dickinson: sim, o vocalista do Iron Maiden é um grande apreciador de cervejas,  até lançou uma, mas quando o assunto é drogas ele diz que sempre evitou e afirma nunca ter usado nenhum tipo.

Steve Vai: considerado um dos melhores guitarrista do mundo, Vai sempre teve uma postura careta: não bebe, não fuma e nunca usou drogas – além de ser vegetariano e praticar esportes.

Aliás, existem grupos de roqueiros conhecido como vegan, que também não comem carne e derivados, além da abstinência ao álcool e a substâncias ilícitas, tendência seguida pelos straight edge. Eles ouvem punk e hard core, frequentam cinemas alternativos, galerias da Rua Augusta (zona central de São Paulo), e usam camisetas com dizeres como “drug free” (livre de drogas). Outros grupos surgidos neste século 21 ainda pregam uma vida regrada no sexo, sem promiscuidade.

Quem diria, a frase de Steven Tyler fez escola.

Vida longa ao Rock n’ Roll!

 

Fontes: Whiplash.Net & Rock na Veia