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Governos e indústria estão envolvidos em uma “guerra” pelo domínio de um território de apenas alguns centímetros quadrados de área: os maços de cigarros.
Autoridades de saúde ao redor do mundo têm sistematicamente aumentado o número de alertas sobre os males do fumo em maços de cigarro. Mas a indústria tabagista vem encontrando maneiras de contra-atacar com o que se pode chamar de uma “guerrilha do design”.
E a Austrália se tornou uma das frentes de batalha mais importantes.
Desde dezembro de 2012, o país pôs em prática uma das mais rígidas legislações antifumo do mundo ao determinar que os maços basicamente se tornassem “caixas marrons” – com exceção do nome do produto e da marca da empresa, até as cores eram determinadas pelo governo. As imagens fortes das consequências do fumo tinham que ocupar, obrigatoriamente, 75% do espaço da frente e 90% da parte de trás.
Aqui no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está avaliando proposta que definirá o novo visual dos maços de cigarro. A partir de janeiro de 2016, 30% da frente da embalagem deverá ser ocupada com uma frase de advertência sobre os riscos do tabagismo. Atualmente, as mensagens são estampadas na parte de trás. A discussão deve definir qual será a frase.
Uma das propostas é a de que todos os maços estampem: “Fumar causa câncer — pare de fumar”. Abaixo da frase, viria o símbolo do Disque Saúde, serviço que oferece orientações para quem deseja parar de fumar.
Uma das ideias iniciais era a de que a Anvisa também determinasse mudança nas imagens de advertência, que estão na parte de trás das embalagens. Para grupos antitabagistas, elas estão desatualizadas e, por estar há anos em exposição, já não provocam o mesmo impacto. A ideia, porém, foi adiada.
A alternativa é realizar as alterações por etapas. Na primeira fase, ocorrerá apenas a definição da frase. Depois de aprovada, a proposta será colocada em consulta pública por dez dias. Frases de advertência são consideradas cruciais por entidades antitabagistas.
Estudos mostram que tornar a embalagem menos atrativa evita o surgimento de novos fumantes.
Fonte: BBC Brasil