O sobe e desce dos fumantes

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O número de fumantes no Brasil caiu 30,7% nos últimos nove anos, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Embora a população de dependentes tenha reduzido, o governo identificou o crescimento do consumo de cigarro ilegal. Pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer mostra que o índice de usuários de produtos contrabandeados ou falsificados entre a população fumante deu um salto de 2,4% para 3,7% entre 2008 e 2013.

O governo avalia que o aumento dos preços está entre os principais motivos para a queda do consumo do tabaco no Brasil. A pasta pondera, no entanto, que o mercado ilegal impediu que o avanço na prevenção fosse ainda maior. Isso porque os produtos, comercializados principalmente no Paraguai, chegam ao Brasil com preços mais baixos, reduzindo a eficácia das políticas.

Diante desses números, o Brasil deve anunciar a adesão ao protocolo de eliminação do comércio Ilícito de produtos do tabaco. Lançado há dois anos, o documento é um desdobramento da convenção quadro do tabaco, um acordo internacional ratificado pelo Brasil há dez anos com políticas e metas para prevenir o tabagismo.

Parte das ações sugeridas pelo protocolo já começaram a ser colocadas em prática no Brasil. Entre elas, a adoção do sistema de controle de rastreamento de produção de cigarros, o Scorpios. “Mas há pontos que precisam ser melhorados. Sabemos, por exemplo, que boa parte da produção das folhas não é exportada para produção do fumo. Para onde elas vão?”, questiona a diretora do Aliança de Controle do Tabagismo e Saúde (ACT+), Paula Johns.

Para o protocolo entrar em vigor, é necessário que quarenta países ratifiquem o documento. Até o momento, oito já aderiram.

De acordo com dados coletados pelo Inca, o consumo de produtos ilegais é mais expressivo em estados que fazem fronteira com o Paraguai – especialmente Paraná e Mato Grosso do Sul. Na região da fronteira, o consumo do cigarro ilegal cresceu 58%, passando de 23,5% em 2008 para 40,4% em 2013.

Dados do Ministério da Saúde mostram que Porto Alegre é a capital com maior índice de fumantes do Brasil. Na capital gaúcha, 17,9% dos homens com mais de 18 anos se declaram fumantes. Entre as mulheres também acima de 18, 15,1% dizem ser tabagistas. Belo Horizonte é a segunda capital com maior quantidade de homens fumantes (16%), seguida por Cuiabá (15,6%). Entre o grupo feminino, a segunda capital com maior quantidade de tabagistas é São Paulo (13%),com Curitiba (15,6%) logo atrás.

O tabagismo é menos frequente em Fortaleza (8,6%), Salvador (9%) e São Luís entre os homens. No público feminino, São Luís, Palmas e Teresina se destacam como as três capitais com menores indicadores de fumantes (respectivamente 2,5%, 3% e 3,1%).

 

Fonte: Revista Veja