Dependência química e a teoria integral de Ken Wilber V

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Iremos abordar o quinto e último elemento da teoria integral relacionado à dependência química: Tipos de personalidade. Nos outros tópicos abordamos os Quadrantes ou dimensões do ser, os Níveis ou estágios de consciência, as Linhas ou inteligência múltiplas e os estados alterados de consciência.

Existem diversos tipos de personalidade e diversas abordagens que estudaram estes tipos, como: a tipologia de Jung com 4 tipos principais: intuitivo, intelectual, sentimental e sensorial, o Eneagrama com os 9 tipos básicos e até a Astrologia com seus 12 signos. Diferentemente dos Níveis de consciência que podem ser transcendidos a um Nível mais alto, Tipos de personalidade são características que levamos para a vida toda.

Na dependência química o que se observa é que todo e qualquer Tipo de personalidade é acometido pela doença: tipos racionais, tipos artísticos, tipos místicos, tipos sensoriais, não importa, qualquer dos Tipos está sujeito a desenvolver dependência química. Isto é muito importante constatar porque uma das defesas mais utilizadas pelo dependente químico é que ele faria parte de uma categoria de pessoas (ou tipo) “especialmente sensíveis ou inteligentes” e que este seria o motivo de sua preferência pelas drogas. Ora, a “única sensibilidade” que o dependente químico tem é sua susceptibilidade aos efeitos das substâncias, essa é única e incontestável verdade!

Embora a OMS admita alguns tipos de personalidade propensos a desenvolver dependência química ela não o admite, de maneira nenhuma, como critério determinante.

Do ponto de vista da recuperação, é importante identificar que Tipo de personalidade eu tenho, para que minhas escolhas sobre que caminhos tomar nessa nova vida que eu vou construir, ou reconstruir, esteja de acordo com meus anseios internos, minhas tendências pessoais, meus talentos. Por exemplo, se eu sou de um tipo artístico buscar atividades que coadunem com essa minha tendência, se eu sou de um tipo mais racional também buscar atividades que se correlacionem com esse meu talento, se eu sou de um tipo místico, ou sensorial, etc. a mesma coisa. Sem, no entanto colocar isto como exigência fundamental para toda e qualquer atividade, pois muitas vezes temos que realizar trabalhos que não se afinam com nossas vontades, tendências ou talentos pessoais.

De qualquer maneira, numa recuperação saudável, sem dúvida é uma aventura se autodescobrir. Onde muitas vezes talentos se revelarão, sem que ao menos esperássemos, noutras será mister mudar de direção, e noutras ainda acertaremos em cheio a quê nos dedicar.

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Boa sorte e boa recuperação a todos!

 

guilhermeGUILHERME NOBREGA FRANCO nasceu em Bragança Paulista, SP. Em sua juventude teve experiências emocionais e existenciais que o levaram a uma profunda crise. Logo após desenvolveu dependência química. Já em recuperação, Guilherme desenvolveu uma teoria diferente no modo como vemos e tratamos desta doença e registrou tudo na autobiografia A viagem de volta – autobiografia de um dependente químico & modelo de tratamento alicerçado na abordagem integral de Ken Wilber. Estudioso da abordagem integral deste pensador, está limpo desde 2007 e nunca teve recaídas.