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Já mostramos neste artigo que cientistas chineses comprovaram que o vício em internet pode ser comparado ao abuso de outras coisas, como drogas e álcool.
Indo um pouco mais além, uma pesquisa da Universidade de Chicago comprovou que é mais fácil suportar a vontade de fazer sexo, beber ou fumar do que aquela de checar as redes sociais.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores distribuíram smartphones a 205 voluntários, que tinham entre 15 e 85 anos. A cada meia hora, os pesquisadores entravam em contato com os participantes para saber quais eram os principais desejos de cada um deles – e quão irresistíveis eram. E, para surpresa geral, os voluntários sentiam muito mais vontade de checar as redes sociais do que fazer qualquer outra coisa.
Além da dependência em internet, perfis nas redes sociais podem revelar uma outra, ainda mais perigosa: pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, descobriram que universitários que postam fotos bebendo no Facebook, Twitter e Instagram têm chances maiores de ter problemas com álcool.
O estudo foi realizado com 364 estudantes que tinham o hábito de publicar conteúdo relacionado à bebida, ou seja, eles contavam o que estavam bebendo, ou faziam check-in em bares, postavam fotos dos amigos bêbados ou reclamando da ressaca. E justamente eestes voluntários são os que mais apresentavam problemas com álcool com mais frequência, faltando às aulas e ao trabalho e entrando em brigas. Eles também tiravam notas maiores em um questionário que avalia o risco de desenvolver dependência do álcool.
Como quase todos os jovens postam conteúdos relacionados ao consumo de álcool, o resultado é muito preocupante, principalmente por um detalhe que surpreendeu os cientistas: postar sobre os drinques está mais ligado ao abuso do álcool do que beber em si.
Os estudantes que bebiam, mas ficavam longe das redes sociais, relataram uma quantidade menor de problemas relacionados ao álcool.
A explicação dos cientistas é que, dentro da cultura universitária, alguns estudantes passam a associar a própria identidade com o hábito de beber. E aí fica mais fácil perder o controle. O grupo testou a hipótese com outro questionário. Neste, os postadores foram os que mais se identificaram com frases como “beber é parte de quem eu sou” e “beber é parte central da experiência na faculdade”.
É possível que, com isso, os universitários caiam em um (com perdão do trocadilho) círculo vicioso: eles consideram beber como parte da sua identidade, então bebem e postam nas redes, daí recebem um feedback ‘positivo’ dos amigos através das curtidas e comentários, e então bebem – e postam – ainda mais.
Fonte: Superinteressante