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Segundo o dicionário, vício é uma dependência física ou psicológica que faz alguém buscar o consumo excessivo de uma substância, geralmente alcoólica ou entorpecente. A palavra deriva do latim “vitium”, que significa “falha” ou “defeito”.
Dentro deste segundo conceito, o defeito, um novo estudo realizado pela Universidade de Londres descobriu que contar mentirinhas leves provoca alterações físicas no cérebro, que se torna mais propenso a optar por mentiras em momentos importantes.
A mentira está presente diariamente na vida de todo o ser humano, que vive em convívio social. As mentiras podem ser classificadas em diferentes níveis, desde as “mentiras inofensivas”, que possuem uma finalidade de benevolente, até as mentiras que têm o objetivo de prejudicar a vida de outra pessoa, por vingança ou pura maldade.
Normalmente, a mentira nasce da necessidade do mentiroso em obter algum proveito ou se livrar de alguma situação que o incomode. Desta forma, ao contar alguma mentira, as pessoas acabam se sentindo um pouco mal. Isso porque a amígdala, uma região cerebral que também é ligada às sensações de medo, funciona como uma espécie de ‘freio natural’, limitando a quantidade de mentiras que as pessoas contam.
No entanto, a mentira em excesso ou de forma compulsiva pode ser sinal de um transtorno psicológico chamado Mitomania. É quando a mentira, de defeito, vira vício.
No estudo, os cientistas reuniram 80 voluntários e escanearam o cérebro deles enquanto jogavam um jogo com várias modalidades. Conforme o jogo avançava, os voluntários eram estimulados a mentir cada vez mais e isso fazia a atividade na amígdala cada vez menor. Ou seja, quando contamos uma sequência de pequenas mentiras sem muita importância (as ‘inofensivas’), o ‘freio natural’ vai ficando mais fraco, como se o cérebro estivesse se adaptando ao ato de mentir.
O mentiroso compulsivo não tem nenhum objetivo ao mentir, fazendo isso mesmo quando não está sobre pressão social. O mitomaníaco usa a mentira como uma ferramenta de consolo, pois assim sente-se mais satisfeito e calmo consigo mesmo, mascarando as suas angústias.
De acordo com o cientista Neil Garrett, co-autor do estudo, a capacidade que o cérebro tem de se acostumar não se aplica apenas às mentiras. “Nós só testamos a desonestidade das pessoas nesse experimento, mas o mesmo princípio talvez seja aplicável a outras ações, como se expor à riscos ou ter comportamentos violentos”, afirmou.
Fonte: Superinteressante