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Já mostramos aqui que, além dos muitos debates divididos entre quem é a favor e quem é contra a legalização da maconha, um estudo acrescentou mais um tópico: o impacto que a produção industrial da cannabis pode causar ao meio ambiente.
Mas a maconha não está sozinha nessa, verdade seja dita.
De acordo com um relatório elaborado pela ONU, a produção de 1 grama de cocaína, por exemplo, é responsável pela destruição de 4m² de florestas (por conta das plantações clandestinas, derrubando parte da mata nativa) e 100 gramas da droga são capazes de contaminar 20 litros de água (devido aos muitos poluentes utilizados na extração da cocaína), e gerar 60 kg de sujeira.
Com relação ao tabaco, a poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das folhas, feito em estufas que requerem a queima de madeira, nem sempre proveniente de reflorestamento.
Apesar do problema do descarte inadequado englobar praticamente todas as drogas de origem química, as bitucas de cigarro ganham mais ênfase neste caso. Isso porque são consumidos cerca de 140 milhões de cigarros por ano no Brasil e o péssimo hábito de descartar bitucas no chão leva a contaminação pelos perigosos acetato de chumbo e nicotina, e outras cerca de 50 substâncias comprovadamente cancerígenas a rios e mares.
Além disso, segundo dados da Faculdade de Saúde Pública da USP, duas bitucas são suficientes para contaminar um litro de água. Lembrando que a vida útil de um filtro de cigarro é de 2 a 5 anos no ambiente.
Já a maioria dos resíduos gerados pelos consumidores de álcool – as latinhas de alumínio e garrafas de vidro – são amplamente reciclados, mas não deixam de afetar o ambiente após shows, especialmente na praia. E os medicamentos lícitos, prescritos como algo positivo para o bem-estar humano, quando descartados pelas pessoas no esgoto ou vaso sanitário podem afetar seriamente rios e peixes.
Conclusão: o consumo de drogas ilícitas e remédios comuns não afeta apenas os indivíduos, mas também causam danos ambientais causados pela produção e descarte das substâncias químicas por trás desses compostos. Nesse ciclo, a natureza funciona não só como fonte das matérias-primas de elaboração, mas como sumidouro para as substâncias tóxicas já transformadas.
Fonte: O Eco