As mentiras em favor da liberação das drogas

Tempo de leitura: 3 minutos

Há uma perigosa diferença entre desinformação e mentira.

Por exemplo, quem nunca ouviu aquela história de que consumir cerveja preta durante o período de amamentação ajuda a aumentar a produção do leite materno?

Isso, claro, não é verdade – é desinformação. E que pode até ser prejudicial para o bebê. Afinal, como já sabemos, não há quantidade de álcool segura a ser consumida durante a gravidez.

Já um exemplo de mentira está na atitude dos defensores da legalização de substâncias psicotrópicas e correlatos ao esconder que as sensações de prazer proporcionadas pelas drogas são acompanhadas de altos riscos. São argumentos utilizados dentro e fora da esfera dos profissionais da liberação – advogados ou especialistas pagos por ONGs para defender a legalização das drogas.

A jornalista Vilma Gryzinski, em sua coluna semanal na revista Veja, listou 5 das principais mentiras mais frequentemente usadas como pretexto para defender a liberação das drogas. São elas:

A legalização das drogas diminui a criminalidade associada ao tráfico.

Vilma utiliza o exemplo do laboratório do Colorado, onde o uso da maconha recreativa foi aprovado em plebiscito estadual em 2012. De lá pra cá, os homicídios aumentaram em 14,7%, sendo que os relacionados diretamente ao tráfico da maconha subiram 70%. Já os estupros subiram 10%.

Enquanto isso, o número de homicídios no Colorado, um estado com apenas 5,5 milhões de habitantes, foi de 172 em 2015. Portanto, alegar que a legalização diminui o crime não tem funcionado por lá.

Vício em drogas deve ser tratado exclusivamente como problema de saúde pública.

Para a jornalista, se este fosse um argumento válido, os centros de pesquisa sobre doenças virais e infectocontagiosas deveriam estudar como introduzir no meio-ambiente mosquitos que transmitam a dengue de forma mais rápida. Ou estafilococos ultrarresistentes, o que está bem próximo da realidade. E questiona: por que liberar substâncias que comprovadamente produzem riscos de vício e comportamentos perigosamente alterados?

E considera que o argumento da “saúde pública” é uma das falácias mais tolas.

O povo decidiu, está decidido.

Acontece que, no Uruguai, não teve voto nenhum. Mais de 60% dos uruguaios se manifestam contra a legalização, desde que começaram as pesquisas sobre o tema. E, como já vimos, o  atual presidente, Tabaré Vázquez, que é oncologista e em mandato anterior estabeleceu normas proibindo cigarros em ambientes fechados, também é contra.

Maconha medicinal demonstra uso positivo.

Certamente, esta é a “cereja do bolo” dos defensores da legalização, provavelmente embalados por inúmeros artigos – todos idênticos –, sobre os benefícios para casos específicos de convulsões provocadas por epilepsia.

Aqui, no Para Entender…, estamos sempre pontuando a respeito deste tópico, embasados na opinião respeitada do médico Osmar Terra, que alertou: “uma coisa é usar determinada molécula de uma planta para fins medicinais, outra coisa é usar isso como desculpa para se drogar. Usar drogas nunca foi nem será tratamento para qualquer doença, muito pelo contrário”.

Sabemos que existem muitas substâncias que, antes de serem sintetizadas ou ainda em formas purificadas, têm uso medicinal: heroína, fonte do ópio e de outros agentes quase miraculosos na pacificação de dores e a toxina botulínica, a bactéria que redundou no Botox. Mas são substâncias que são isoladas e utilizadas para aquela finalidade específica, como um comprimido ou líquido. Algo muito diferente de fumar maconha “para se tratar”. O que nos leva ao último item:

Fumar unzinho não prejudica ninguém.

Obviamente esta é a mentira do auto-interesse. Como diz Vilma, o usuário comum quer “fumar sossegado, sem fazer mal ninguém. De preferência, sem incentivar o crime”. E isto nos leva de volta ao começo (A legalização das drogas diminui a criminalidade associada ao tráfico), num ciclo, por hora, sem fim.

Sempre lembrando as palavras da doutora em Toxicologia e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, Marilyn Huestis: “as pessoas que estão decidindo não entendem as consequências disso”.

 

Fonte: Veja, por Vilma Gryzinski