Um complexo quebra-cabeça

Tempo de leitura: 1 minuto

Se a genética pode ser favorável a alguns fumantes melhorando as funções pulmonares e disfarçando os efeitos mortais do hábito de fumar, por outro lado é nela que está a explicação de como o hábito de fumar pode levar ao acúmulo da placa que endurece as artérias e causa doenças cardíacas.

Este foi o resultado de um estudo realizado pela Perelm School of Medicine, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA. As descobertas apontam que fumantes correm mais riscos de sofrer obstrução arterial porque o tabagismo debilita um gene que protege estes importantes vasos sanguíneos.

Para chegar a este resultado foram reunidos dados genéticos de mais de 140 mil pessoas, administrados em mais de duas dezenas de estudos anteriores, com foco particular em regiões do genoma previamente associadas com alto risco de acúmulo de placa nas artérias cardíacas.

De acordo com o informe divulgado na revista Circulation uma mudança em uma única ‘letra’ do DNA no cromossomo 15, perto do gene que expõe uma enzima (ADAMTS7) produzida nos vasos sanguíneos, foi associada com 12% de redução do risco em não fumantes. No entanto, os fumantes com a mesma variação tiveram apenas 5% menos risco de doenças coronarianas, reduzindo em mais da metade o efeito protetor desta variação genética.

Danish Saleheen, coautor do estudo e professor assistente de bioestatística e epidemiologia, este foi “um dos primeiros grandes passos rumo à resolução do complexo quebra-cabeça das interações genético-ambientais que levam a doenças coronarianas”.

Estudos científicos de acompanhamento mostraram que nas células que recobrem as artérias do coração humano, a produção da enzima ADAMTS7 diminuiu significativamente quando as células continham esta variante do DNA de uma única letra.

 

Fonte: Bem Estar/TV Globo