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Desenvolvido por Gilson Schwartz, professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, e pelas psicólogas Flávia Jungerman e Natália Ragghianti, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o aplicativo (app) BeOK (“fique bem”) é um game para celular cujo objetivo é dizimar um dos monstro da dependência química – a recaída – além de estimular a abstinência, a redução do uso, a diminuição da fissura e dos problemas relacionados às drogas.
Um dos recursos oferecidos pelo app é um GPS que alertará o usuário sobre locais de risco, como o bar que o alcoólatra costuma frequentar para beber ou o ponto de compra de pó do cocainômano. Para evitar a ida a esses lugares, o aplicativo dará alternativas de distração ou lazer para o dependente em tratamento. São estas formas de recompensa emocional pela resistência às recaídas que dão dá caráter de game ao BeOK.
Pode ser, por exemplo, uma peça de teatro cujos organizadores disponibilizem convites para contribuir com a causa. Mas os criadores do projeto estão em busca de novas ideias e, para isso, pretendem realizar reuniões abertas ao público para colher sugestões sobre o desenvolvimento do jogo.
Para as situações de emergência, como recaídas ou crises de abstinência, o BeOk deverá contar com um botão de pânico para acessar pessoas cadastradas, como parentes ou amigos.
O aplicativo também incluirá um diário de consumo da droga e do estado emocional do usuário, para medir a redução do uso e da severidade da dependência. Além disso, vai oferecer ainda vídeos e podcasts de treinamento da respiração e outras técnicas de relaxamento, além de chats com profissionais de apoio, como psicólogos, e fóruns de discussão entre dependentes.
Viabilizado com o apoio do Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia da Escola Politécnica da USP, o BeOK já tem um piloto. Com o objetivo de angariar fundos para a finalização e o lançamento do app foi lançado um crowdfunding (modalidade de investimento onde as pessoas podem investir dinheiro em um negócio para dar vida à uma ideia – a popular ‘vaquinha’).
O dinheiro arrecadado será totalmente destinado ao projeto, pois o mesmo não tem fins lucrativos. Os principais gastos serão com testes toxicológicos de urina e cabelo; remuneração da equipe envolvida, como entrevistadores e psicoterapeutas que serão devidamente treinados; pagamento da empresa especializada no desenvolvimento do aplicativo e com o plano de internet que será oferecido para o paciente, a fim de minimizar os vieses da pesquisa. Para fazer a sua contribuição, basta clicar aqui.
Outra forma de contribuir é através de parcerias e patrocínios. Para contatar as idealizadoras do projeto e conversar acerca de possíveis parcerias, os interessados devem entrar em contato pelo e-mail app.beok@gmail.com.
A médio e longo prazos, o intuito do BeOk é constituir uma startup (empresa em implementação, voltada para a geração de ideias inovadoras e de futuro promissor) e alcançar cerca de 10 mil dos mais de 2 milhões de brasileiros em tratamento por dependência de drogas. Em paralelo, funcionaria também um meio de combate à formação de cracolândias.
Ainda não foi definido como o projeto vai se sustentar depois. O patrocínio da iniciativa privada e a cobrança de uma mensalidade do usuário, cujo valor ficaria em torno de R$ 20,00, estão entre as alternativas.
Saiba mais sobre o projeto assistindo ao vídeo abaixo:
Fonte: QSocial