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Muitos casais enfrentam dificuldades para ter filhos. Dados do Centro de Reprodução Humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia) informam que 15% da população, em idade reprodutiva, tem problemas para atingir este objetivo. Para o homem, o calor local, a varicocele e o tratamento de câncer são os principais fatores que dificultam a fertilidade. Para as mulheres, a idade e a ovulação irregular são os maiores vilões. Medicamentos, problemas anatômicos, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e o estilo de vida são outras fatores que impedem um casal de realizar o sonho de ter filhos.
Algumas pesquisas, porém, indicam que alguns hábitos podem estar diminuindo a fertilidade. Já sabemos que a maconha influencia negativamente não só na contagem de esperma, como também na função espermática das células reprodutivas masculinas. Mas o álcool, o cigarro e até a cafeína podem ter, segundo a ciência, sua parcela de culpa no cartório.
O consumo excessivo de bebida alcoólica é, de fato, prejudicial. Segundo uma pesquisa dinamarquesa, beber mais de cinco copos por semana afeta a qualidade do sêmen — quanto mais álcool, pior. Nas mulheres, porém, a ingestão de até 14 copos por semana não teria efeito, de acordo com outro levantamento feito na Dinamarca. Existem até indícios de que o vinho tinto ajudaria nesse sentido, embora o motivo não esteja elucidado. De qualquer forma, já está bem estabelecido que o abuso diário — ou no fim de semana — mina a saúde e o sonho de ser pai e mãe.
Em 1985, um estudo publicado pela Associação Médica Americana já advertia que fumantes demoram mais para conceber — o cigarro provoca até perda de óvulos. As mulheres que fumam entram na menopausa de três a quatro anos antes das demais, segundo o especialista em reprodução humana Giuliano Bedoschi, diretor da Clínica Mater Prime, em São Paulo. Além disso, como já mostramos aqui, o sêmen dos fumantes fica danificado de maneira que pode reduzir a chance de fecundação ou levar ao desenvolvimento de problemas de saúde no bebê.
As chamadas “drogas recreativas” também têm efeito negativo. O uso regular da já mencionada maconha pode elevar a taxa de infertilidade nas mulheres enquanto a cocaína prejudica a formação dos gametas masculinos.
Quanto à cafeína, estudos indicam que há um aumento do risco de subfecundidade (um atraso maior para conseguir conceber) em mulheres que exageram na dose. Um deles, feito em cinco países europeus, observou o atraso na concepção com mais de cinco xícaras de café diárias. Homens também seriam afetados. No Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, viu-se que aqueles que tomavam duas ou mais doses de expresso por dia tinham mais dificuldades de ser pai durante a fertilização in vitro.
Fonte: Revista Saúde