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O transtorno de personalidade dependente (TPD) é um transtorno de personalidade ansiosa caracterizado pela incapacidade de ficar sozinho. As pessoas com transtorno de personalidade dependente precisam de outras pessoas para obter conforto, segurança, conselhos e apoio.
Em outras palavras, é a dependência patológica do outro. Ou, ainda, quando uma pessoa se sente incapaz de conduzir sua vida e de decidir sobre o seu futuro e os seus relacionamentos, mesmo tendo capacidades e recursos para fazê-lo.
Pessoas saudáveis realizam seus objetivos em função dos seus próprios desejos. São pessoas capazes de sentirem suas próprias necessidades e considerá-las com seriedade, organizando seu mundo de acordo com os valores que acreditam e estabelecendo redes de relacionamentos viabilizadores, vivenciados na reciprocidade, gerando satisfação mútua.
Na personalidade dependente tais desejos encontram-se inviabilizados, geralmente mergulhados no medo, sofrendo no âmago de relações autoritárias. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais esses indivíduos apresentam necessidades excessivas de serem cuidados, e intenso medo da separação da figura de apego, que se manifesta no início da vida adulta.
De acordo com a Cleveland Clinic, nos EUA, esse quadro normalmente se manifesta no início até o meio da idade adulta e é mais comum em mulheres do que em homens.
Não se conhecem as causas do transtorno de personalidade dependente. Contudo, os especialistas mencionam tanto fatores biológicos como de desenvolvimento. Ter pai ou mãe superprotetora, por exemplo, pode desencadear o quadro.
As pessoas que sofrem com TDP possuem grande dificuldade em decidir sobre assuntos cotidianos e necessitam de muitos conselhos para definirem aspectos importantes e irrelevantes de suas vidas. Também tem grandes dificuldades de iniciarem projetos independentes, sentindo grande desconforto e desamparo quando estão sozinhos. Quando alguns de seus relacionamentos íntimos são rompidos, buscam de maneira imediata novos relacionamentos como fonte de carinho e amparo.
Para que um transtorno seja classificado como transtorno de personalidade, precisa estar incluído em um dos seguintes grupos:
Grupo A: comportamento estranho ou excêntrico;
Grupo B: comportamento exagerado ou imprevisível e
Grupo C: comportamento ansioso ou nervoso.
O transtorno de personalidade dependente pertence ao grupo C.
Entre os 10 tipos de transtornos da personalidade coletados pelo DSM-V (Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais), o transtorno mais comum é o da personalidade dependente. Entretanto, é um dos menos reconhecidos e tratados.
Por isso, ocasionalmente podem ocorrer mais complicações, como depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de personalidade por evitação, etc, que intensificam ainda mais o quadro clínico. O tratamento precoce pode prevenir o surgimento de muitas dessas complicações.
Como a causa do TPD é desconhecida, não existe forma de prevenir a doença. Contudo, o tratamento imediato pode evitar que ela piore.
A combinação da psicoterapia com o tratamento farmacológico é eficaz na maioria dos casos. A terapia comportamental cognitiva, por exemplo, centrada nos padrões de pensamento, nas crenças ou na incapacidade de tomar decisões, é uma das terapias com melhores resultados.
No caso do TPD também é muito importante o apoio familiar e social do paciente. O ambiente mais próximo é o terceiro pilar em qualquer tratamento, onde o próprio paciente deve combinar esforços contínuos, compromisso e um desejo claro de melhorar, de lutar pela sua qualidade de vida.
Fonte: pt.healthline.com