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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas que podem ter causas diversas, como certos tipos de doenças e outros danos. A condição leva à deterioração da memória e de funções cognitivas, tendo também impactos psicológicos e sociais.
E, segundo um estudo realizado na França e publicado no prestigiado jornal científico The Lancet Public Health, o consumo excessivo e dependente de álcool aumenta o risco de demência.
Durante cinco anos os pesquisadores observaram mais de 1 milhão de adultos diagnosticados com demência e concluíram que o abuso de álcool foi o fator de risco evitável mais influente para o início de todos os tipos da doença. No caso de demência de início precoce, aquela que ocorre antes dos 65 anos, o caso foi ainda mais grave: cerca de 57% do casos estavam relacionados a problemas com álcool.
Além disso, de todos os pacientes acompanhados, 18% eram alcoólatras.
A pesquisa mostrou que, no total, pessoas que consomem álcool em excesso possuem três vezes mais chances de desenvolver algum tipo de demência, incluindo Alzheimer. Acredita-se que uma das principais causas é o efeito neurotóxico direto da bebida que leva a um dano cerebral permanente.
Com o resultado, os autores do estudo sugerem que medidas são necessárias para a redução do consumo de bebidas no mundo, como aumento de impostos, proibição da publicidade do álcool, junto com o diagnostico e tratamento precoce do alcoolismo.
Ainda resta descobrir se essa é uma associação direta ou apenas um dos fatores entre muitos. Afinal, pessoas com problemas com álcool também têm maior tendência a fumar, levar vidas sedentárias e ter depressão, características associadas à doença. A ingestão abusiva de álcool também eleva o risco de pressão alta, diabetes, AVC e insuficiência cardíaca. Logo, reconhecer que o consumo excessivo e dependente de álcool aumenta o risco da demência é importante, dizem os pesquisadores.
Para Doug Brown, pesquisador da Sociedade do Alzheimer, “o abuso no consumo de álcool pode ser responsável por mais casos de demência precoce do que se pensava anteriormente”. Ele destaca que a pesquisa publicada no Lancet não muda as recomendações atuais: beber com moderação, permanecer física e mentalmente ativo, ter uma dieta saudável, não fumar e evitar o sobrepeso – afinal, ainda não há maneiras de se prevenir completamente a doença.
Fonte: Revista Veja