Maconha: investimento acima do mito “medicinal”

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Quando o presidente da montadora Tesla, Elon Musk, fumou um cigarro de maconha ao vivo via YouTube, as ações da empresa caíram 6,30%.

É a resposta do mercado à legalização, cada vez mais admitida como negócio financeiro, deixando de lado o discurso inicial de que a erva seria “medicinal”, já que os efeitos terapêuticos da droga não estão muito claros.

Atualmente o mercado global da maconha movimenta US$ 30 bilhões (R$ 124,2 bilhões), os produtos com CBD representam cerca de 1% disso. Diante deste quadro, fica fácil compreender porquê o projeto de legalização plena da cannabis é coisa da organização Open Society, criada pelo bilionário investidor húngaro George Soros que financia diversas páginas em favor da descriminalização ou da legalização de todas as drogas.

Estamos diante da velha e boa lei de mercado.

Prova disso é que a Coca-Cola pode ser a próxima gigante do setor de bebidas a utilizar o canabidiol (CBD), ingrediente não-psicoativo da maconha. Em comunicado, Kent Landers, porta-voz da empresa, informou à Bloomberg News que a Coca-Cola está “acompanhando de perto o crescimento do CBD como ingrediente em bebidas funcionais de bem-estar em todo o mundo”, e que não foi tomada ainda nenhuma decisão. A Aurora é a terceira maior empresa produtora de maconha do Canadá, com um valor de mercado de 8,7 bilhões de dólares.

O motivo principal desta iniciativa? Simples: o consumo de refrigerantes em queda.

Este impacto negativo já foi percebido pelos fabricantes de bebidas e assim, enquanto os negócios tradicionais perdem espaço, o jeito é aproveitar a onda da legalização para tentar usar componentes da maconha como ingredientes “modernos”.

A ação da Coca-Cola tornaria a empresa a primeira grande fabricante de bebidas não alcoólicas a entrar no mercado de produtos a base de cannabis, após anúncios da Constellation Brands, fabricante da cerveja Corona, e da Molson Coors Brewing. A maior fabricante de bebidas alcoólicas do mundo, a Diageo, também está negociando com pelo menos três produtores canadenses de cannabis, considerando um possível investimento. E apenas isso: investimento, deixando cada vez mais claro o principal motivo da luta pela legalização.

Entretanto, como as restrições para o uso da maconha ainda existem e a planta continua incluída na lista de drogas mundialmente reconhecida como tal, Elon Musk correu para negar que tivesse usado maconha, porque a droga “não ajuda na produtividade”.

Compreensível já que, por exemplo, 79% dos brasileiros são contra a descriminalização da maconha, e apenas 17% a favor.  E esta tendência é mundial – e não só com relação à maconha, mas, também, com o álcool e o fumo cada vez mais próximos de uma proibição – ou de controles sociais mais rígidos –, por meio das mais variadas leis e restrições ao uso.

 

Fonte: O Globo