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Apresentada na forma de comprimidos semelhantes e sendo usada como se fosse ecstasy, sobretudo em festas, uma nova droga sintética tem o mesmo poder estimulante, mas produz efeitos diferentes – pode até mesmo resultar na morte dos usuários.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Unicamp por causa de diversos casos de intoxicação e overdose provocados pela substância N-etilpentilona, também conhecida como efilona.
Durante os estudos, conduzidos na universidade por meio do Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campinas (CIATox), foram analisados sangue e urina de seis pacientes que ingeriram superdosagem de drogas sintéticas e, em todos os casos, a substância nova foi identificada.
As pesquisas tiveram início em 2017 e, como a droga era desconhecida, os cientistas precisaram desenvolver uma metodologia para identificar a substância. Neste mesmo ano, a N-etilpentilona foi a segunda substância mais detectada entre as drogas sintéticas em 2017, segundo dados fornecidos pela Polícia Federal. A circulação foi identificada no ano anterior, e, também de acordo com a instituição, existem relatos de casos na Europa e nos Estados Unidos.
As análises de sangue mostraram que pequenas quantidades desta nova droga são suficientes para provocar danos no organismo. Um dos seis pacientes morreu, enquanto o outro está em estado vegetativo por causa das sequelas de um AVC.
Diante dos resultados, o CIATox resolveu fazer um comunicado em rede social para alertar sobre os sintomas aos usuários, que muitas vezes usam drogas sem conhecer a presença da N-etilpentilona.
Já alertamos sobre a era das drogas sintéticas, que se revelaram ao mundo de um jeito estranho e cuja proliferação é favorecida por uma série de circunstâncias.
No Brasil, os relatos relacionados às novas drogas sintéticas ainda são limitados, mas, para os especialistas, isso se deve mais à dificuldade das autoridades de identificar e controlar a entrada delas no país do que a uma ausência das mesmas.
Agora, com o aumento dos casos de overdoses ligados à N-etilpentilona, talvez este quadro mude. Para Rafael Lanaro, farmacêutico da CIATox, a nova droga sintética é considerada possivelmente mais potente que o MDMA, a droga sintética mais identificada. E, por isso, segundo ele, os médicos estão sendo alertados para, quando atenderem casos de pacientes com drogas sintéticas, “jamais ir pela via clássica, achando que é uma substância. Podem ser substâncias novas, nesse caso a etilpentilona, então ele tem que ter um cuidado a mais com esse paciente para poder ser identificada essa substância e como tratar essas intoxicações para drogas novas”, explica.
Fonte: Bom Dia Brasil/TV Globo