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Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os adolescentes lideram o ranking no uso de celulares e internet.
São muitas as consequências desse excesso em uma fase em que o cérebro do indivíduo ainda está em formação, como problemas na interação social, aumentar a solidão, causar distúrbios no sono, levar à depressão, à ansiedade e até à dependência da internet, reconhecida como um transtorno do controle de impulsos.
Para Thais Quaranta, neuropsicóloga e terapeuta cognitiva comportamental, como a compulsão pela internet é mais difícil de dosar, a presença dos pais torna-se fundamental. Agindo como mediadores, os responsáveis devem ficar atentos ao risco real de envolvimento com conteúdos inadequados.
Brenda Fucuta, jornalista autora do livro Hipnotizados — O que os nossos filhos fazem na internet e o que a internet faz com eles (que já mostramos neste artigo), o grupo mais vulnerável é aquele que tem propensão à depressão, “que vive dentro de casa e é sedentário”.
Divulgada em setembro deste ano, uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil afirma que 85% da crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos são usuárias de internet. Isso equivale a 24,7 milhões de jovens nesta faixa etária em todo o País.
A mesma pesquisa observou que, ao longo dos últimos anos, houve um crescimento no uso de dispositivos móveis entre este público para o acesso à internet. Se em 2012, 21% das crianças acessaram a rede por meio do celular, em 2018 são 93%, o que representa 23 milhões de crianças e adolescentes. Já o uso da internet por meio de computadores apresentou queda de 37 pontos porcentuais: de 90% de crianças e adolescentes, em 2013, para 53%, em 2017.
Este aumento absurdo de acesso tem preocupado cada vez mais os pais e profissionais que lidam com jovens e crianças. Em julho deste ano, por exemplo, o Parlamento francês aprovou definitivamente a proibição de telefones celulares nas escolas. A lei é uma promessa de campanha do presidente Emmanuel Macron e chegou a ser chamada pelo governo de “medida de desintoxicação” contra a distração em salas de aula.
Para alguns especialistas, a medida é exagerada e a melhor alternativa seria a cautela e o diálogo entre escola e pais. Eles apontam 5 dicas de como controlar a hiperconexão. Confira:
- Estabelecer um tempo limite para o adolescente usar o celular e jogar videogames. E, vale lembrar, os pais também devem dar o exemplo. Ou seja, não ficar o tempo todo conectados.
- Manter uma relação de confiança, esteja aberto ao diálogo.
- Incentivar programas que tirem o adolescente de casa e nos quais ele possa conhecer pessoas novas.
- Não basta ficar off-line, é preciso ter momentos ao ar livre. Exercícios e sol fazem toda diferença. Como diz Brenda Fucuta, os momentos outdoor são ainda mais importantes do que ficar off-line.
- Os pais devem procurar ajuda especializada se perceberem que a situação está fora do controle.
Fonte: Estadão