Adolescentes que fumam e bebem já podem ter aterosclerose

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alertamos aqui sobre o fato de que não existe quantidade de álcool segura a ser consumida durante a gravidez.

Porém, de acordo com uma pesquisa da Universidade College London, na Inglaterra, publicada no periódico European Heart Journal, não há dose segura de álcool e nem idade em que a bebida não seja prejudicial.

O mesmo vale para o cigarro.

Os cientistas responsáveis pelo estudo analisaram 1.266 adolescentes com idades entre 13, 15 e 17 anos e perceberam que as artérias de jovens que têm o hábito de fumar e beber já apresentam sinais de enrijecimento, algo que só costuma acontecer a partir dos 40 anos – com o passar do tempo, a aterosclerose, condição que endurece as artérias, prejudica a circulação sanguínea e aumenta o risco de infarto e derrame, por exemplo.

Os meninos e meninas participantes responderam a questionários sobre quantos cigarros já haviam fumado na vida e a frequência com que consumiam álcool e foram divididos em grupos, de acordo com o modo como usavam as duas drogas.

Os que haviam tragado até 20 cigarros ao longo da vida ficaram na turma de baixa intensidade; quem já tinha consumido entre 20 e 99 cigarros foi classificado como moderado; e os que já haviam ultrapassado a marca de 100 cigarros foram considerados usuários de alta intensidade – apresentaram um risco 3,7% maior de enrijecimento das artérias em relação à turma que fumou pouco.

Quanto ao álcool, os voluntários foram agrupados de acordo com a quantidade de bebida que ingeriam nos dias em que saíam com os amigos. Beber mais de 10 drinques foi considerado um consumo intenso; entre três e nove, moderado; e menos de dois, baixo. Os que bebiam além disso tinham uma probabilidade 4,7% maior de desenvolver o problema cardiovascular. E entre aqueles que abusavam do álcool e do cigarro, esse risco subia para 10,8%.

Os pesquisadores chamaram a atenção para o fato de que a idade em que os jovens começam a consumir cigarro e álcool não importa – os efeitos são os mesmos aos 13 ou aos 17 anos. Porém, se os adolescentes pararem de fumar e beber, suas artérias tendem a voltar ao normal.

Uma das responsáveis pela pesquisa, Marietta Charakida afirma que os governantes têm um papel fundamental em cuidar da saúde dos jovens, implementando “estratégias educacionais eficientes, já na infância, para desestimular os adolescentes a fumar e beber”, opina.

 

Fonte: Superinteressante