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Carlos Augusto Vasconcellos Antibes entrou para a galeria de personagens inesquecíveis da TV brasileira. Mais conhecido como Caco Antibes, era interpretado pelo ator Miguel Falabella no programa Sai de Baixo, exibido pela Rede Globo de Televisão.
Mais entojado hóspede do Arouche Towers, Caco Antibes detesta pessoas pobres e, por conta disto, deixou uma verdadeira coletânea de frases sobre o comportamento das classes menos favorecidas economicamente. Entre elas, a que ilustra este artigo.
Acontece que Caco se surpreenderia com uma pesquisa realizada pelo PeopleScope, divilgada pelo Ibope DTM, unidade do IBOPE Inteligência e do SPC Brasil.
O estudo concluiu que o brasileiro consome mais cachaça quando piora a expectativa com a economia. Quando Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) – medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – estava 12,2% abaixo de sua média histórica, em dezembro do ano passado, a pesquisa identificou um considerável aumento nas vendas da tradicional bebida brasileira em três redes de varejo.
Para Bernardo Canedo, diretor do Ibope DTM, o resultado é comparável ao “Índice do Batom”, que aconteceu na recessão nos Estados Unidos, no início dos anos 2000. Naquele período, as vendas de batom dispararam, pois, em tempos de incerteza financeira, em vez das consumidoras “comprarem um artigo de luxo de maior custo que lhes proporcionasse uma sensação de bem estar, optaram por produtos mais baratos, como os cosméticos”, comentou Canedo.
A análise do Ibope DTM revela ainda que bebidas alcoólicas, junto com frutas, legumes e verduras, foram os únicos, dentre sete categorias de produtos vendidos em mercado, que tiveram aumento no desembolso do brasileiro na comparação de 2015 com o ano anterior.
Enquanto a quantidade de itens comprados caiu 4,6%, o valor médio gasto com alcoólicos subiu 1,1% e a ida ao mercado para comprá-los aumentou 4,4%.
O PeopleScope batizou o estudo, que dividiu a população brasileira em 13 macrosegmentos e 42 segmentos, de “Índice da Cachaça” e concluiu que, quanto mais pessimista é um grupo social, maior a propensão de sair para beber ou ir a bares e restaurantes.
Ao contrário do que Caco Antibes possa pensar, entretanto, esta tendência ficou mais evidente entre as classes mais altas, especialmente na categoria “elite metropolitana”, composta por domicílios com uma das maiores rendas médias e famílias pequenas que residem em apartamentos localizados em bairros nobres.
Mais: ainda segundo o estudo, outro grupo propenso a frequentar a bares ou sair para beber – e com a segunda pior expectativa em relação à economia – é o que “vive em mansões”, um segmento com a maior quantidade de leitores de jornais dominicais e maior proporção de domicílios com empregadas domésticas.
A segunda confiança mais baixa nas questões econômicas e a maior propensão a sair para beber ou ir a bares e restaurantes está entre a população conhecida como “legado estabelecido”, composta por alta proporção de idosos que vivem em apartamentos com um ou dois moradores em bairros nobres de grandes metrópoles.
Fonte: G1 Economia
