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O canabidiol é uma das substâncias químicas presentes na maconha (Cannabis sativa) e seu uso para o tratamento de algumas doenças já é autorizado inclusive no Brasil (em janeiro a Anvisa aprovou o registro do primeiro medicamento à base da planta no país: o Mevatyl).
Mas esta rápida ascensão do canabidiol na indústria farmacêutica não está sendo acompanhada com eficiência pelas agências reguladoras.
É o que afirma um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA. Segundo os cientistas, a maior parte dos produtos a base de canabidiol (CBD) – cerca de 70% – utilizados para fins medicinais vendidos online nos Estados Unidos não tem a quantidade da substância indicada no rótulo.
Para Marcel Bonn-Miller, professor assistente e autor principal no estudo, “atualmente, não há parâmetros para produzir, testar e etiquetar esses produtos. É uma loucura haver menos regulamentação disponível para um medicamento usado com crianças muito doentes do que para uma barra de chocolate”.
Para chegar aos resultados, Bonn-Miller e sua equipe testaram, ao longo de um mês, 84 remédios de 31 empresas, todos comprados online. Eles pertenciam a basicamente três categorias: óleos, líquidos para inalação e as chamadas “tinturas” – extratos à base de álcool que são consumidos por via oral. 26% dos produtos estavam ‘sobre-rotulados’, o que significa que tinham menor concentração de CBD que o indicado. Apenas 30% deles continha, de fato, um conteúdo que estava dentro de 10% da quantidade listada no rótulo.
De acordo com o pesquisador, além das doses erradas, 21% dos produtos continham, além do canabidiol em si, doses consideráveis de THC, substância responsável pelo chamado “barato” da droga e que pode trazer danos cognitivos e outros efeitos colaterias. E muitos pais podem estar dando THC aos seus filhos sem nem saber.
Fonte: O Globo