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Da indignação do ator e diretor Marco Fé, sobre o descaso da sociedade em relação à população usuária de crack no Brasil, surgiu o curta-metragem ficcional A Pedra Mágica do Homem Invisível, onde acompanhamos a decadência de um homem comum, usuário de crack, imerso no universo da dependência química e vítima da invisibilidade social.
Protagonizado e dirigido por Fé, e utilizando uma linguagem totalmente poética e narrativa atemporal, o curta-metragem convida o expectador à angustiante trajetória deste usuário que se perdeu no mundo do cachimbo e vagueia pelas ruas de uma grande metrópole.
Neste ambiente urbano inóspito, o personagem é invadido por reminiscências afetivas de um passado compartilhado com seu filho e sua esposa. Misto de imaginação e realidade, o homem vagueia sem rumo imerso em sua própria subjetividade, sua consciência oscila entre a lucidez e a insanidade, enquanto sua perturbada psique é afligida por delírios com personagens do universo Disney usando o crack, numa analogia às já conhecidas cenas de uso popularmente chamadas de “cracolândia”.
A Pedra Mágica do Homem Invisível é uma fantasia que assusta, liberta e aprisiona, ao mesmo tempo em que mistura ficção e realidade, gravata e pés descalços.
O retrato do homem de classe média que caminha na corda bamba da loucura e da sanidade, do concreto e do abstrato, é uma crítica social à desumanização do usuário de crack em forma de poesia, com trilha sonora assinada pelo grupo de rap ‘Pentágono’.
“A ideia principal do curta é fazer uma reflexão sobre essa invisibilidade dos usuários e desmistificar esse estereótipo que só o morador de periferia ou em condição de rua é que é vulnerável a essa droga que leva muitos à miséria humana” comenta Marco Fé.
Depois de circular com o filme por quase dois anos em cinemas, mostras, projetos culturais e festivais, o curta foi lançado a menos de um mês em algumas plataformas da internet e você pode conferi-lo abaixo: