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Já mostramos aqui um estudo publicado no periódico científico Annals of Internal Medicine informando que a melhor alternativa para aqueles que querem parar de fumar é abandonar o vício de uma vez, e não aos poucos.
Os pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, garantem que o mesmo acontece com o álcool.
Quando a bebida deixa de ser divertida e começa a causar problemas, já pode ser um primeiro sinal de dependência do álcool. Enquanto algumas pessoas decidem parar totalmente de beber, muitos pacientes (e profissionais de saúde) preferem só a reduzir dos drinks até um nível responsável – aquele em que a pessoa seja capaz de controlar.
O estudo sueco buscou investigar, justamente, se existe diferença entre os dois métodos.
Pesquisas feitas anteriormente já diziam que um não é necessariamente melhor que o outro – desde que os pacientes sejam acompanhados por especialistas com os mesmos objetivos. Ou seja, o bebedor e seu terapeuta precisam concordar na melhor estratégia, seja reduzir paulatinamente ou parar bruscamente.
A pesquisa feita na Suécia acompanhou 201 pessoas com dependência de álcool por 2 anos e meio. Durante esse tempo, elas relataram qual era seu objetivo pessoal (parar ou reduzir), qual era o objetivo do seu tratamento e quanto de bebida estavam consumindo de fato.
Entre os voluntários que queriam parar totalmente e fizeram um tratamento que estimulava a abstinência, 88% conseguiu zerar o álcool nesse período de tempo – 16% a mais do que os pesquisadores esperavam. Já entre os que tentaram diminuir a bebida até um consumo de baixo risco, só 54% teve sucesso – 16% a menos do que a expectativa dos cientistas.
Neste quadro, tem também aquelas pessoas que não faziam ideia se queriam parar ou só reduzir, mas sabiam que precisavam de ajuda. As que foram procurar assistência em um grupo de abstinência (como o A.A.), tiveram bem mais sucesso: 8 em cada 10 conseguiram abandonar o consumo de alto-risco de álcool de alguma forma – seja bebendo menos, seja parando. Já as que foram parar em tratamentos focados em reduzir o consumo não conseguiram manter nenhum dos dois hábitos: continuaram a beber em excesso em 57% dos casos.
Claro que o resultado desta pesquisa não quer dizer que a redução paulatina do álcool não funciona. Pontua, apenas, que, na maioria das vezes, é (muito) mais fácil para o autocontrole de quem bebe simplesmente cortar o mal pela raiz.
Fonte: Superinteressante