Drogas: os números aumentam. Incluindo os das mortes

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Conforme vimos no Relatório Mundial sobre Drogas 2018, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc, na sigla em inglês), a produção global de cocaína e ópio atingiu nível recorde: a estimativa é de que em 2016 foram produzidas 1.410 toneladas de cocaína, sendo a Colômbia a maior fornecedora, mas com países na África e na Ásia ganhando espaço no mercado. Já a produção de ópio saltou 65%, para 10.500 toneladas, sobretudo no Afeganistão, responsável por 9 mil toneladas.

Ainda de acordo com o relatório, o uso não medicinal de remédios de uso controlado está se tornando uma grande ameaça à saúde pública e um problema a mais para os órgãos de segurança. No mundo, os medicamentos opioides são as drogas que mais fazem mal às pessoas, representando 76% das mortes relacionadas com o uso de drogas.

Na América do Norte, o fentanil e seus análogos continuam sendo o principal problema, enquanto o tramadol avança em partes da África e da Ásia. A questão, de acordo com o Unodc, é que essas duas drogas são analgésicos importantes, usados com fins medicinais para o tratamento de dores severas, mas traficantes estão produzindo esses fármacos ilegalmente.

O crescimento de preparações farmacêuticas destinadas ao uso não medicinal, junto com o uso múltiplo de drogas, está tornando a questão das drogas ainda mais complexa.

Apesar da maconha ainda ser a droga mais consumida do mundo, com 192 milhões de usuário, drogas consideradas mais pesadas, como a cocaína e a heroína, cada vez mais dividem espaço com novas substâncias psicoativas e medicamentos.

Não à toa, as apreensões de cocaína nas rodovias federais do Brasil cresceram 135,7%, de 2,8 toneladas de janeiro a abril de 2017 para 6,6 toneladas no mesmo período em 2018 segundo dados da Polícia Rodoviária Federal. No mesmo período, as apreesões de crack cresceram 145%, passando de 240 kg para 588 kg. Já as apreensões de maconha nas rodovias federais do país cresceram 23,6%, passando de 66,1 toneladas entre janeiro e abril de 2017 para 81,7 toneladas no mesmo período de 2018.

O documento do Unodc ressalta que os padrões de uso de drogas diferem de país a país e das circunstâncias sociais e econômicas dos envolvidos: há os que fazem uso recreativo, como diversão com os amigos; e outros que vivem nas ruas com inalantes, para lidar com as dificuldades da vida.

Outros números em crescimento são os referentes às mortes diretamente causadas pelo uso de drogas: o aumento foi de 60%.

 

Fonte: G1