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Uma em cada 10 mortes é causada pelo cigarro.
Metade das mortes causadas pelo fumo ocorre em apenas quatro países: China, Índia, Estados Unidos e Rússia, que concentram mais da metade das mortes atribuídas ao tabaco.
Já o Brasil, por sua vez, apresentou uma redução significativa no número de fumantes nos últimos anos. Por isso, ele aparece como “uma história de sucesso digna de nota” na pesquisa financiada pela Bill & Melinda Gates Foundation e pela Bloomberg Philanthropies e divulgada pela publicação científica The Lancet.
O estudo, que analisou 195 países entre 1990 e 2015, constatou que aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo fumavam diariamente: um em quatro homens e uma em 20 mulheres. Em 1990, eram um em cada três homens e uma em cada 12 mulheres.
O que representou um incremento no número total de fumantes foi o aumento populacional – de 870 milhões em 1990 para o quase 1 bilhão de 2015. Por outro lado, o número de mortes representa um aumento de 4,7% de 2005 a 2015. Para os pesquisadores, este aumento na mortalidade pode estar ligado às estratégias mais agressivas adotadas pelas companhias de tabaco em novos mercados – notadamente países em desenvolvimento.
Uma das autoras do estudo, Emmanuela Gakidou, analisa que fumar cigarro “continua sendo o segundo maior fator de risco de mortes prematuras e deficiências e, para reduzir seu impacto, devemos intensificar seu controle”.
Porém, ainda no mesmo estudo, são apresentados alguns países que conseguiram ajudar pessoas a parar de fumar, em geral combinando impostos mais altos com avisos sobre os danos à saúde nos maços e programas educacionais.
É o caso do Brasil, que, em 25 anos, viu a porcentagem de fumantes diários despencar de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres. Apesar de ocupar o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens), a redução coloca o Brasil entre os campeões de quedas do número de fumantes.
Enquanto isso, países como Bangladesh, Indonésia e Filipinas não viram nenhuma mudança relativa em 25 anos. Na Rússia, houve aumento no número de mulheres que fumam e tendências similares foram identificadas na África.
Nos Estados Unidos, um dos países que concentra mais da metade das mortes atribuídas ao tabaco, fumar custa, em média, US$ 2,3 milhões (algo em tono de R$ 7,17 mi).
A análise foi realizada pelo site de finanças pessoais WalletHub e levou em conta os custos nos 50 estados americanos.
Muito mais que o preço do maço de cigarros, a parte mais interessante do estudo são os custos não tão óbvios de manter o hábito: fumantes ganham menos que seus colegas não fumantes, na média estadounidense. Pesquisas como a do Banco Federal de Atlanta colocam esse prejuízo em uma taxa de até 20% – mas só 8% da diminuição do salário teria ligação direta com o cigarro.
Com isso, o Wallethub resolveu calcular quanto dinheiro os tabagistas poderiam ter ganhado se tivessem gastado o dinheiro dedicado ao cigarro investindo na bolsa. E o resultado comprova que a maior parte do prejuízo financeiro do cigarro não é o dinheiro ativamente gasto com ele, mas a perda da oportunidade de ganhar bem mais dinheiro com outras coisas.
Fonte: Bem Estar via BBC