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Criados no início dos anos 2000, e alardeado como uma estratégia segura para quem quer parar de fumar, os cigarros eletrônicos vêm se multiplicando em modelos, sabores e controvérsia – existe, atualmente, uma divisão mundial entre os especialistas em controle do tabagismo: de um lado, os que acreditam que o cigarro eletrônico poderia ser usado como estratégia de redução de danos; do outro, os que defendem a manutenção da proibição do e-cig.
No primeiro grupo está a Juul, do empreendedor Kevin Burns. Esta startup do Vale do Silício, nos EUA, criou um cigarro eletrônico com o propósito de ser uma opção menos nociva ao cigarro tradicional. Só que a estratégia de marketing deu (muito) errado: o produto acabou conquistando os jovens e virou um problema de saúde nos EUA.
Assim como os cigarros convencionais, o e-cig da Juul contém nicotina – principal foco dos adversários do produto, como Magnus Lundback, do Instituto Karolinska, da universidade médica em Estocolmo, que investigou os cigarros eletrônicos que contêm a substância.
Apesar da startup estadunidense garantir que seu aparelho não contem outras substâncias como o alcatrão e resíduos metálicos, um grupo de senadores nos Estados Unidos está pressionando a FDA (agência de saúde americana) para tomar medidas de forma a proibir o uso do e-cig pelos jovens.
Em entrevista à revista Fortune, Kevin Burns afirmou que sua empresa está “finalizando um plano para novas iniciativas e ações para evitar o problema”. E que ele compartilha “das mesmas preocupações sobre a juventude e acredito que nenhum jovem deve jamais experimentar Juul”.
Parecido com um pen drive, o Juul custa cerca de R$ 120 e é carregado por uma entrada USB. O usuário consegue fumar o cigarro eletrônico conectando-o a um cartucho que vem em sabores como menta, tabaco clássico e até crème brûlée.
Diferentemente dos cigarros convencionais, o Juul não precisa ser fumado de uma só vez. É possível dar tragadas isoladas que duram apenas alguns segundos e depois guardá-lo para quando a pessoa quiser fumar novamente.
No Brasil a venda desses dispositivos nunca foi permitida. A proibição oficial veio em 2009, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alegou não haver estudos científicos suficientes. Ainda assim, tanto a Philip Morris quanto a Souza Cruz, empresa líder no mercado legal de cigarros no país, sugerem a possibilidade de incluir cigarros eletrônicos em seu catálogo de produtos.
Fonte: Pequenas Empresas, Grandes Negócios