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Apesar do endurecimento da Lei Seca desde 2012, 24,% dos brasileiros com 18 anos ou mais ainda bebem e dirigem, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada pelo IBGE com dados de 2013. A região Sudeste teve a menor taxa nacional, com 20,8%, e a Centro-Oeste obteve a maior, com 29,6%. A diferença entre homens e mulheres que assumem o volante após beberem é expressiva:11,9% das brasileiras declararam cometer tal irregularidade, já entre os homens esse número sobe para 27,4%. Além disso, quase metade da população começou a beber antes dos 18 anos, idade permitida.
Levantamento feito pelo jornal O GLOBO, em fevereiro deste ano, mostra que em 18 estados e no Distrito Federal cerca de 134,9 mil motoristas foram autuados porque estavam dirigindo alcoolizados em 2013. O Amapá foi um dos estados onde houve maior aumento de autuações — entre setembro e dezembro de 2012 e o mesmo período em 2013, passou de 220 autuados para 571, um crescimento de 159,5%. No Amapá, quase 30% dos homens afirmaram ter bebido e dirigido nesse mesmo ano.
O Brasil é o 33° no ranking de mortalidade em acidentes de trânsito de um total de 181 países — aqui, para cada 100 mil habitantes, há 22,5 mortos. Segundo o Mapa da Violência 2013, o índice brasileiro é mais alto que o de vizinhos como Bolívia (59°), Colômbia (90°) e México (95°).
A idade média em que os brasileiros começam a beber também foi contabilizada pela PNS: 18,7 anos de idade. A pesquisa mostrou que 47,1% dos brasileiros começaram a beber antes dos 18 anos. A diferença de idade entre os sexos também é notória neste aspecto. Para os homens, foi de 17, 9 anos enquanto as mulheres, em média, começam a beber com 20, 6 anos. Entre as regiões, os acreanos são os que começam mais cedo, com 17,7 anos. Já os naturais de Mato Grosso são os mais tardios, com 19,7 anos.
O consumo regular de bebidas alcoólicas também foi medido. Quase um quinto da população afirmou que bebe uma ou mais vezes por semana. O Rio Grande do Sul é o que possui o maior percentual, com 31,2%. Já a Paraíba obteve o menor, com 15,8%. A diferença entre homens e mulheres também é exorbitante neste aspecto com 36,3% e 13%, respectivamente.
A pesquisa também questionou se os entrevistados tiveram algum consumo abusivo de álcool nos quatro dias anteriores a entrevista. Cerca de 6% da população afirmou que teve, sendo os homens com 9,9% e as mulheres, com 2,4%.
A Pesquisa Nacional de Saúde – 2013 é o primeiro estudo do tipo. Anteriormente, o tema era abordado como um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Em 1998, a periodicidade passou a ser de 5 anos. O material possuiu um conjunto de tabelas com informações sobre percepções do estado de saúde, estilo de vida e doenças crônicas. A pesquisa é feita em domicílio e com resposta diretamente dos entrevistados.
O levantamento visitou cerca de 80 mil casas em 1.600 municípios de todo o país, no segundo semestre de 2013. Esta primeira divulgação da PNS traz informações sobre hábitos alimentares, tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas pela população de 18 anos ou mais de idade. A PNS também investigou se essa população adulta foi diagnosticada por profissionais de saúde em alguma das 11 principais doenças crônicas não transmissíveis (depressão, câncer, colesterol alto, diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares, AVC, asma, insuficiência renal, problemas de coluna e problemas osteomoleculares) que, juntas, são a causa de mais de 70% das mortes no país.
Fonte: O Globo