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Nosso colaborador, o psicólogo e especialista em dependência química, Frederico Eckschmidt, mostrou aqui como maconha e álcool, por terem certas afinidades, podem causar sérios problemas.
O fato é que, apesar da frequência com que muitas pessoas combinam ambas as drogas, poucas pesquisas se debruçam sobre a reação do nosso organismo ao consumo simultâneo de álcool e maconha,
Corroborando a opinião de Frederico, porém, novas pesquisas envolvendo estes dois psicotrópicos foram divulgadas quase que simultaneamente.
A primeira delas é um estudo desenvolvido em conjunto pela Universidade Columbia e pela Universidade da Cidade de Nova York, que revelou que fumar maconha aumenta as chances de desenvolver problemas de alcoolismo em cinco vezes, quando se compara com os adultos que não fazem uso da erva. Além disso, a pesquisa apontou que as chances de o alcoolismo persistir se o viciado também fuma são ainda maiores.
A pesquisa, coordenada por Renee Goodwin, analisou dados coletados pela Pesquisa Nacional Epidemiológica sobre o Álcool e Condições Relacionados de mais de 27 mil adultos, com destaque para aqueles que fizeram uso de maconha antes de terem qualquer problema com o álcool. Os que fumaram maconha pela primeira vez e continuaram fumando pelos três anos seguintes (23%), tiveram cinco vezes mais problemas com álcool, comparados com aqueles que fizeram uso da droga (5%). Outros aspectos da vida destes usuários não foram avaliados.
“Nossos resultados sugerem que o uso de maconha possa estar relacionado ao aumento da vulnerabilidade para o desenvolvimento de distúrbios relacionados ao álcool, mesmo entre aqueles que não têm histórico de alcoolismo”, afirmou Goodwin. “Maconha também parece aumentar as chances de que um problema já existente com o álcool persista”.
Os próprios pesquisadores que conduziram o estudo afirmam que é importante aprofundar as análises, para entender esses padrões e olhar mais cientificamente para a relação entre as duas substâncias. Entretanto, caso as suspeitas se confirmem, prevenir o uso de maconha pode ajudar a minimizar os índices de alcoolismo no futuro.
O segundo estudo, este realizado pela Associação Americana para a Química Clínica (AACC, na sigla em inglês) mostra que essa mistura faz com que a quantidade de tetrahidrocanabinol (THC), a substância psicoativa da maconha, no sangue do indivíduo seja muito mais elevada do que quando ele fuma sem beber.
O objetivo desta pesquisa foi mostrar os perigos gerados pelo consumo das duas drogas por uma pessoa antes de dirigir. Boa parte dos motoristas que se envolvem em acidentes de carro nos EUA beberam álcool e fumaram maconha antes de entrar no carro.
Na pesquisa, 19 pessoas foram examinadas enquanto ingeriam álcool, ou um placebo, em doses pequenas dez minutos antes de inalar canabis vaporizada em doses pequenas ou grandes. Quando houve o consumo de álcool, a concentração do THC no sangue destes participantes mostrou-se elevada. Assim, o risco desta pessoa se envolver em um acidente de carro é muito maior do que se ela usar apenas uma das drogas.
Fonte: Superinteressante, com texto de Camila Almeida