Mais perigosa. E mortal

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A polícia do Rio descobriu uma estratégia dos traficantes para aumentar o lucro na venda de cocaína: adicionar adrenalina para potencializar o efeito da droga – o pode levar à morte quem usa.

A descoberta foi feita após mais uma apreensão de drogas como tantas outras, mas um detalhe chamou a atenção: Além da pasta-base de cocaína, os policiais encontraram ampolas de adrenalina. Um produto que os traficantes têm usado para misturar na cocaína e aumentar a quantidade da droga na hora de vender.

O titular da Delegacia de Combate às Drogas, Felipe Curi, diz que o fenômeno é recente, mas não só no Brasil. Ele afirma que nos últimos dois meses já foram apreendidas duas mil ampolas de adrenalina, provavelmente roubadas de caminhões que transportavam medicamentos.

“Um kg de cocaína após trabalhado dessa forma, ele vira na verdade 7, 8 kg, lá no final, e isso gera uma grande margem de lucro para o traficante”, diz o delegado.

A adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais. Ela aumenta os batimentos cardíacos, a frequência respiratória e coloca o corpo em sinal de alerta. Normalmente, é liberada em situações de risco, em atividades esportivas ou sob forte estresse. Sem ela, a cocaína inalada ou injetada já desperta euforia, desinibição, perda de apetite e insônia, mas pode também provocar arritmia, infarto e derrame.

A mistura de adrenalina na cocaína potencializa esses efeitos e torna a droga  mais perigosa e mortal. Mais até do que a cocaína com alto teor de pureza.

“As chances desses acidentes cardiovasculares ocorrerem e arritmias ficam extremamente aumentadas”, afirmou o chefe de laboratório de química biológica do Inmetro, Rodrigo Borges, que faz a análise da cocaína apreendida em operações da Polícia Federal. Ele explica que a adrenalina induz o usuário a consumir mais.

“Quando se adiciona adrenalina, você só vai ter aqueles efeitos aumentados de excitabilidade e isso é perigoso porque o usuário vai sentir falta desse efeito e vai acabar buscando mais droga”, declarou.

Para o médico Jorge Jaber, a mistura é ainda mais perigosa para quem não usa regularmente a cocaína.

“Pode ser alguém que esteja experimentando, esses são os mais perigosos, porque eles ainda não sabem o efeito que essa droga, a cocaína, ainda mais adicionada com adrenalina, pode causar no seu organismo”, disse.

 

Fonte: G1