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O tema é polêmico: a legalização da maconha está no centro de muitos debates divididos entre quem é a favor e quem é contra. As opiniões geralmente divergem sobre o impacto que a medida teria sobre a saúde pública, a economia e o tráfico de drogas.
Entretanto, um grupo de cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, e da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, está acrescentando mais um tópico ao debate: como a produção industrial da cannabis pode impactar o meio ambiente.
Os pesquisadores assinaram um artigo onde afirmam que é hora de “avaliar o impacto ambiental do cultivo da maconha” e apontam que existem riscos ao meio ambiente que ninguém pensa antes de começar a produzir a planta.
A maconha é uma planta que gosta de temperaturas altas e constantes para crescer – entre 25º e 30º C – além de exigir luz intensa, solo altamente fértil e muita água. È por este motivo que, nos estados onde é legalizada nos EUA, a maconha é plantada em ambientes fechados.
Os pesquisadores explicam que o alto gasto energético necessário para manter a plantação nessas condições tão específicas é um dos problemas óbvios da questão. Estamos falando de muita energia elétrica gasta no controle da luz e da temperatura a ponto de ser comparada à quantidade de eletricidade necessária para manter o gigantesco data center do Google – consegue imaginar?
A irrigação é o outro problema óbvio: plantas de cannabis precisam do dobro de água do que as uvas de um vinhedo, por exemplo.
Os cientistas ainda apontam outros impactos que não somos capazes de medir. O primeiro deles é o quanto de gases poluentes é emitido para produzir toda essa energia elétrica necessária para o cultivo. Outro ponto é que destino está sendo dado aos herbicidas, fungicidas e nutrientes usados para enriquecer o solo das plantações.
Os estudos existentes, feitos em plantações ilegais, já comprovam que o cultivo da maconha é extremamente poluente, com consequências desconhecidas para a saúde de quem fica o tempo todo dentro da estufa de cannabis.
Como ainda não se sabe se esses riscos são inerentes ao cultivo da erva ou se podem ser mitigados por uma regulação responsável, o objetivo final do artigo dos cientistas é, justamente, mostrar aos governos a necessidade de encomendar e financiar novos estudos sobre a produção da maconha dentro das normas legais, para garantir que os problemas ambientais da ilegalidade não sejam herdados – e elevados à escala industrial – pelos produtores legais de maconha gerando mais um grave problema, além da saúde pública, da economia e do tráfico de drogas.
Fonte: Superinteressante